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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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A pouco e pouco

12 mai, 2020 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Eis um bom exemplo que chega da Inglaterra e que entre nós foi completamente posto de lado, ou seja, ouvir os jogadores, que são peças fundamentais da existência do jogo.

Com o correr dos dias tudo vai ficando mais claro acerca da evolução do pré-futebol em outros países da Europa, sobretudo daqueles em que a modalidade tem um peso enorme, mas que até agora se têm mantido por entre dúvidas, algumas das quais ainda não totalmente desfeitas.

Da Inglaterra chegou ao fim da noite a informação mais recente: o primeiro-ministro Boris Johnson deu luz verde para o regresso da sempre festejada Premier League no dia 12 de Junho próximo, colocando porém algumas condições, nem todas elas difíceis de alcançar.

O líder do governo britânico exige que as nove jornadas em falta sejam disputadas em apenas um mês, e que haja centralização dos jogos, como aliás acontece em Portugal.

E se é verdade que a primeira premissa não enfrenta grande contestação, já a segunda está a causar alguma perturbação para que tudo avance o mais depressa possível.

Sobretudo os clubes da segunda metade da tabela não estão na disposição de realizar todos os jogos em estádios neutros, dando como razão o facto de essa circunstância acabar por inevitavelmente ferir a verdade desportiva.

Hoje irão decorrer mais negociações na tentativa de ultrapassar as dificuldades que ainda subsistem, mas rejeitando qualquer decisão final que não passe também pelo acordo com os dirigentes e com os jogadores.

Eis um bom exemplo que chega da Inglaterra e que entre nós foi completamente posto de lado, ou seja, ouvir os jogadores, que são peças fundamentais da existência do jogo.

Não estiveram representados na reunião de São Bento, e o seu Sindicato tem sido continuamente dispensado de participar em quaisquer negociações.

No entanto, não faltou gente a erguer a sua voz a condenando as posições assumidas por alguns desses jogadores, do FC Porto, do Sporting e do Marítimo, que se manifestaram discordantes relativamente a vários pontos do parecer da Direcção-Geral da Saúde relacionado com o recomeço da primeira Liga.

Há ainda pela frente três semanas para ajustar todas as peças desta complicada engrenagem.

Será bom que todos se entendam, chegando à conclusão de que mais do que voltar à disputa do campeonato é importante salvaguardar a saúde dos seus principais protagonistas.

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