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​Rui Gomes da Silva

"FC Porto não quer terminar o campeonato, precisa dos milhões da Champions"

12 mai, 2020 - 15:12 • João Paulo Ribeiro

​Rui Gomes da Silva acusa Luís Filipe Vieira de ter contribuido para a desvantagem do Benfica em relação aos dragôes e mostra-se convicto de que a Liga Portuguesa não chegará ao fim.

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O FC Porto quer garantir os milhões da Champions, com entrada direta, mais do que conquistar ou ser coroado com o título de campeão nacional, em caso de não conclusão da Liga Portuguesa.

Rui Gomes da Silva, pré-candidato às eleições do Benfica, em entrevista a Bola Branca, desconfia das intenções de Pinto da Costa. O líder azul e branco disse desejar a retoma do campeonato, defendendo que nenhuma outra atividade está tão preparada e escrutinada como o futebol profissional.

No entanto, Rui Gomes da Silva, antigo admnistrador da SAD encarnada e público contestatário da gestão de Luís Filipe Vieira, dá a entender que Pinto da Costa está a orientar uma estratégia que leve ao final do campeonato, sem se jogar mais, e que ratifique o primeiro lugar e o acesso direto aos milhões da Champions, sem risco de jogar uma qualificação.

"Não venham com subterfúgios nem com estratégias indiretas, digam diretamente o que querem. Não tenho dúvida de que, por vontade do FC Porto, o campeonato não terminava, ficava por aqui. O grande objetivo do Porto nem é ser campeão porque não precisa disso, o que o Porto precisa é dos quarenta e tal milhões de euros do apuramento direto para a Liga dos Campeões. Não querem correr riscos, esse é que é o grande problema. Não vale a pena estarmos com jogos de sombras, o Porto precisa de ir à Liga dos Campeões na próxima época. E diretamente", referiu

Rui Gomes da Silva aponta, ainda, o dedo ao governo, à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga de Clubes. Entidades que, na sua opinião, só têm um objetivo: saírem por cima e incólumes num processo com várias vontades.

"Os problemas da Liga são os patrocínios e as dificuldades financeiras dos clubes. Mas depois vem o secretário de estado do desporto dizer que o futebol não está garantido. O primeiro ministro diz que quer uma coisa mas não a dá como garantida, o presidente da Federação dá entrevistas a dizer que não está tudo garantido. Mas então em que ficamos? O problema é a indefinição de todos, querem estar com sol na eira e chuva no nabal. Querem acenar com soluçôes, querem dizer que fizeram tudo para acabar o campeonato mas vão criando sempre dificuldades", considera o antigo dirigente do Benfica.

Campeonato não deverá chegar ao fim

É convicção de Rui Gomes da Silva que o campeonato não chegará ao fim. E antecipa, em Bola Branca, a decisão que, na sua opinião, será tomada pela Liga de Clubes.

"Com o campeonato interrompido, vão manter-se as 18 equipas do primeiro escalão e vão subir Farense e Nacional da Madeira. Vai haver alargamento, que é o contrário do que toda a gente anda a dizer, de tudo o que se escreve e do que se pensa, no futebol português. Agora, imaginem que se joga uma jornada ou duas e depois a prova é interrompida, de novo. Qual será a classificação que vale? É a atual ou a da altura da interrupção? Já há quem diga que será a atual porque mesmo que se jogue uma ou duas jornadas, o que irá imperar é que o FC Porto tenha de ficar à frente", atira.

Assumidamente opositor de Luís Filipe Vieira, Rui Gomes da Silva não esquece os erros cometidos pelo presidente encarnado e repisa aquele que considera ser um discurso de medo que passa para o plantel, lembrando que os sete pontos de vantagem, da equipa de Bruno Lage, rapidamente se tornaram em um de atraso em relação ao FC Porto.

"Foram cometidos erros na constituição do plantel, na gestão da época. Lembro os sete pontos de vantagem que se transformaram em um de atraso e o discurso do presidente depois de termos ganho em Alvalade. Foi um discurso de medo que passa para todos porque a nossa mente atrai aquilo que vê. Mesmo assim, considero que o Benfica tem melhor equipa do que o FC Porto", refere.

Num discurso de pré-candidatura, o antigo admnistrador do Benfica lança um repto aos adeptos encarnados. Não podendo estar nos estádios a apoiar a equipa, que deixem um forte sinal de incentivo nos dias dos jogos.

"Vamos fazer uma união de pessoas, de sócios do Benfica, de adeptos e simpatizantes. Não estão nos jogos, não estão no estádio, mas estão com a equipa. Que, nos dias dos jogos, vistam a camisola, uma peça de roupa vermelha, que andem de cachecois e coloquem a bandeira à janela". Uma ideia que o antigo dirigente lançou no seu blog.

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