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​Covid-19

Reabertura de creches. ​Novas regras reduzem em meio metro distância mínima entre crianças

11 mai, 2020 - 22:23 • Cristina Nascimento

Ensino pré-escolar reabre a 18 de maio. Governo, que tem estado a articular reabertura com as autoridades de saúde, recomenda reduzir ao indispensável os contactos próximos com as crianças.

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O Governo reduziu em meio metro a distância mínima a ser garantida entre crianças que, a partir de 18 de maio, regressem às creches ou aos cuidados de amas.

Nas orientações já enviadas para as instituições e profissionais do setor, prevê-se um distanciamento de entre um metro e meio e dois metros entre as crianças, quer dentro das salas, quer durante as refeições e as sestas.

O Ministério da Segurança Social esclareceu que o documento a que a Renascença teve acesso é um guião orientador com as medidas de funcionamento das creches. A versão oficial deverá ficar concluída e deverá ser a comunicada ainda esta terça-feira.

Nesse documento é referido que os profissionais devem usar máscara, mas as crianças não. É também recomendado que se reduza ao indispensável os contactos próximos com as crianças e que só possam ir duas crianças à casa de banho ao mesmo tempo.

Este encurtamento da distância de segurança é para Luís Ribeiro, presidente da Associação Portuguesa de Educadores de Infância, uma mudança que, na prática, pouca ou nenhuma diferença vai fazer. Apesar de um ligeiro alivio do rigor, a maioria das regras continuam, diz a Associação Portuguesa de Educadores de Infância, “a ser impraticáveis”.
"A diferença é de meio metro? É isso? Isso não faz qualquer sentido. Ora, como é óbvio, tudo o que seja limitar e impedir que as crianças estejam em contacto umas com as outras, ou em contacto com os adultos, é uma forma de extrema violência – e é preciso termos consciência disso – sobre essas crianças”, defende, em entrevista à Renascença.

As autoridades indicam ainda que os grupos de crianças devem ser orientados sempre pelo mesmo grupo de profissionais.

Antes da abertura das creches, as instalações devem ser limpas e desinfetadas e todos os profissionais sujeitos a testes de rastreio de Covid-19. No caso das amas, além das profissionais, também os seus familiares têm de ser sujeito a esses exames.

O documento prevê ainda que nas salas em que as crianças se sentem no chão, os sapatos devem ser deixados a porta. Os profissionais devem ainda assegurar, sempre que possível, que as crianças não partilham objetos e garantir material individual necessário para cada atividade.

Sobre os materiais nas salas, as orientações são para retirar todos os acessórios não essenciais para as atividades lúdico-pedagógicas e reforçar a limpeza e desinfeção em todos os outros.

Para as crianças mais novas que ainda não se deslocam sozinhas e precisem de estar em berços, espreguiçadeiras ou semelhante, a creche deve garantir que existe um equipamento por criança e que deve ser sempre usado o mesmo.

O guião orientador agora publicado não difere muito das regras que já tinham sido adiantadas aos profissionais do setor, noticiadas em primeira mão pela Renascença na passada sexta-feira.

Conheça o essencial destas regras:

  • Existência de área de isolamento de casos suspeitos de Covid-19, com circuitos definidos e isoláveis
  • Não utilização de sistemas de ar condicionado em sistema de recirculação; arejamento noturno das instalações se possível.
  • Existência de um dispensador de gel desinfetante por sala
  • Utilização de espaços que estejam encerrados, se possível
  • Rigor na higiene de todos os espaços, com reforço de ações de limpeza e descontaminação, incluindo limpeza de mesas e cadeiras entre turnos nas “cantinas”
  • Distanciamento entre crianças nas pausas e espaços de refeição
  • Berços, camas ou catres sempre utilizados pela mesma criança e com espaçamento mínimo de 1,5mt entre si
  • Turmas fixas, ocupando diariamente o mesmo espaço, com o mesmo educador e com os mesmos circuitos de circulação
  • Mesas de trabalho orientadas no mesmo sentido (as creches trabalham habitualmente com mesas redonda ou dispostas em “U”)
  • Uso de “máscara cirúrgica” pelos profissionais e pelas crianças com idade superior a 6 anos (abaixo desta idade a máscara não é permitida)
  • Espaçamento de 1,5m entre crianças
  • Os brinquedos pessoais ficam em casa
  • Os pais devem disponibilizar calçado para uso exclusivo no interior das creches
  • Os pais não podem entrar nas creches, devendo a entrega e receção das crianças ser feita de forma individual

[notícia atualizada às 11h25, de 12/05/2020, com o esclarecimento do Ministério da Segurança Social sobre a natureza do documento a que a Renascença teve acesso e previsão de publicação das normas oficiais para o funcionamento das creches, a partir de 18 de maio]

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  • Maria Aguiar Pereira
    12 mai, 2020 PEDRAS PRETAS em PORTO SANTO 09:45
    As regras são para todos nós e não para AS CRIANÇAS. ESTE GOVERNO ESTÁ A TOMAR DECISÕES IMPENSÁVEIS - INCONSCIENTES - PARA COM (AS CRECHES) INCLUINDO OBVIAMENTE AS CRIANÇAS!!!!!!!!! AS CRIANÇAS DEVEM CONTINUAR EM CASA COM OS SEUS FAMILIARES PORQUE LÁ APESAR DAS RESTRIÇÕES ELAS (CRIANÇAS) ESTÃO FELIZES. ISTO É UM ABSURDO O QUE O GOVERNO QUER FAZER!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! NÃO TEM NEXO NENHUM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! O SER HUMANO FALHA! MAS OS MEMBROS DO GOVERNO ESTÃO SEMPRE A FALHAR E ESTA É UMA FALHA GRAVOSA!!! AINDA ESTÃO EM TEMPO DE REPENSAR E AS CRECHES CONTINUAREM ENCERRADAS POR TEMPO INDETERMINADO!!!!!!!!!!!!

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