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Visto de Bruxelas (06/05/2020)

VISTO DE BRUXELAS

Depois do impacto do vírus, o terramoto económico

07 mai, 2020 • Celso Paiva com Vasco Gandra


A Comissão Europeia divulgou ontem as previsões económicas - as primeiras que têm em conta o impacto da pandemia de Covid-19. A crise vai atingir todos os Estados Membros, mas nem todos da mesma maneira. Falamos também do plano que a Comissão Europeia divulgou hoje para o combate ao branqueamento de capitais.

A União Europeia entrou na maior recessão económica da sua história deverá registar este ano uma contracção recorde de 7,4% do Produto Interno Bruto - muito pior de que na última crise financeira.

Para Portugal, a Comissão prevê este ano uma recessão de 6,8% do PIB. O desemprego deverá subir para quase 10%. O défice e a dívida também vão aumentar. Um cenário que se repete nos diferentes Estados-membros, mas que atinge mais os países do sul como Itália, Espanha e Grécia com as maiores recessões previstas e com os défices e as dívidas a disparar. Por exemplo, a dívida grega poderá atingir quase 200% do PIB e a da Itália quase 160%.

A saída da crise vai depender de vários factores, explica o comissário dos Assuntos Económicos Paolo Gentiloni: "Uma crise comum como esta que nos afecta, terá consequências económicas diferentes. A forma como os países vão emergir da crise vai depender da gravidade da pandemia e do rigor das medidas de contenção. E também vai depender da sua abertura e da exposição dos setores mais atingidos".

O turismo é um dos sectores mais afetados pela pandemia devido às restrições nas viagens e nas fronteiras. Deverá registar uma redução de 50% da actividade na Europ, este ano - atingindo sobretudo os países do sul.

A Comissão Europeia deverá apresentar ainda mais linhas directrizes para coordenar entre os Estados-membros a abertura progressiva do sector do turismo.

Bruxelas aperta cerco ao branqueamento de capitais

A Comissão Europeia divulgou hoje um plano de ação que inclui um pacote de medidas concretas. Um plano para os próximos 12 meses, com o objectivo de melhor aplicar e supervisionar as regras da UE de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.

Uma das propostas mais emblemáticas deverá ser apresentada nos primeiros três meses do próximo ano. Bruxelas vai defender a criação de uma entidade europeia supervisora das regras de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

Actualmente, a supervisão das regras da UE nesta área é da responsabilidade de cada um dos 27. Ora, esta é uma situação que pode resultar em falhas de supervisão a nível europeu - daí a Comissão defender a instituição de um novo regulador.

O plano de acção apresentado hoje indica que a Comissão vai igualmente propor regras mais harmonizadas nesta área já que os Estados-membros tendem a aplicá-las de forma muito variável - e estas diferenças podem ser exploradas pelos criminosos.

A Comissão também vai propor o estabelecimento de um mecanismo da UE para ajudar a coordenar e a apoiar as Unidades de Informação Financeira dos Estados-Membros.

Bruxelas também apresentou a lista atualizada de países terceiros de alto risco com fracos regimes em matéria de luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus.
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