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Organização do Paredes de Coura admite festival no Inverno

07 mai, 2020 - 22:00 • Lusa

Segundo o diretor do festival, João Carvalhoo "plano B" para a realização do festival tem vindo a ser falado ao longo dos últimos dois meses. O Governo anunciou hoje que a realização de festivais de música está proibida em Portugal, até 30 de setembro, devido à pandemia de Covid-19.

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A organização do Festival Paredes de Coura admitiu esta quinta-feira realizar um evento no inverno, caso se verifiquem as condições de segurança definidas pelas autoridades de saúde devido à Covid-19, e que levaram ao adiamento do festival para 2021.

O diretor do festival, João Carvalho, reconheceu que ainda não houve tempo para parar e ser criativo, face à velocidade e incerteza decorrente da crise pandémica em Portugal. Segundo aquele responsável, o "plano B" para a realização do festival tem vindo a ser falado ao longo destes dois meses, que começam a parecer "10 anos".

"Queremos fazer algo por Paredes de Coura. Eu gostaria, se o Governo e as autoridades de saúde o permitirem, de fazer algo no inverno. Se for possível, porque nem pensar pôr em risco alguém", adiantou.

O objetivo, explicou João Carvalho, é comemorar o festival, mas também ajudar o comércio, os artistas e todas as estruturas que dependem financeiramente do festival. De acordo com aquele responsável, há dezenas de trabalhadores e empresas que dependem dos grandes festivais cuja realização está proibida.

O Governo anunciou hoje que a realização de festivais de música e de espetáculos similares está proibida em Portugal, até 30 de setembro, devido à pandemia de Covid-19.

“A proibição de realização de festivais e espetáculos de natureza análoga, até 30 de setembro de 2020, e a adoção de um regime de caráter excecional dirigido aos festivais e espetáculos de natureza análoga, que não se possam realizar no lugar, dia ou hora agendados", por causa da pandemia, foi hoje decidida em Conselho de Ministros.

No comunicado, o Governo refere que para os espetáculos entre 28 de fevereiro e 30 de setembro de 2020 que não se realizem devido à pandemia, está prevista "a emissão de um vale de igual valor ao preço do bilhete de ingresso pago, garantindo-se os direitos dos consumidores".

"Como pessoas responsáveis que somos, vamos respeitar. Mas é uma tristeza. O Paredes de Coura é um festival que se faz sem interrupções há 27 anos, a nossa vida já se confunde com a vida do festival. Tem também esta mágoa de não poder, numa altura tão complicada, ajudar o comércio corrente, porque o ano do comércio courense já dependia e muito do festival", assinalou.

Apesar de a esperarem, esta decisão acarreta inúmeros prejuízos que, no caso de festival de Paredes de Coura, ainda não foram avaliados. "Isto tem acontecido muito rápido. Sabemos que são prejuízos avultados. Não estão avaliados, mas obviamente que serão muitos porque não vamos poder trabalhar. Nós estamos parados", afirmou João Carvalho que espera agora medidas de apoio ao setor.

De acordo com aquele responsável, houve já uma reunião com os ministros da Economia, da Cultura e com o primeiro-ministro, António Costa, "que se mostrou muito esclarecido em relação às dificuldades do setor". "Esperamos medidas, sejam elas quais forem. Temos agora de continuar esse diálogo, esse trabalho, por forma a minorar este problema de dimensão gigante", concluiu.

A edição de 2020 do Festival Paredes de Coura, marcada para os dias 19, 20, 21 e 22 de agosto, foi adiada para 2021, à semelhança do Vilar de Mouros e do festival Neopop, que se realizam no Alto Minho.

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