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Álvaro Covões: Proibição de festivais é uma “tragédia” de 600 milhões de euros

07 mai, 2020 - 21:20 • André Rodrigues , com redação

Em 25 anos, este será o primeiro verão sem festivais de música. Em declarações à Renascença, Álvaro Covões faz as contas à decisão do Governo na sequência da pandemia de Covid-19 e diz, com ironia, que a solução pode passar por transformar a sua promotora num partido político.

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O cancelamento dos festivais de verão é uma “tragédia” que vai custar cerca de 600 milhões de euros à economia portuguesa, afirma Álvaro Covões, dono da produtora dono da Everything Is New.

Em 25 anos, este será o primeiro verão sem festivais de música. Em declarações à Renascença, Álvaro Covões faz as contas à decisão do Governo na sequência da pandemia de Covid-19.

“Vamos ter que arregaçar as mangas e tentar ser criativos. Agora, o preocupante é que nós somos a coluna dorsal de todo um ecossistema que o ponto alto eram os festivais. O impacto económico de festivais como o NOS Alive ou como o Rock in Rio é de 60 milhões cada um. São menos 120 milhões de PIB. Se juntarmos os grandes festivais estamos a falar numa quebra da economia portuguesa entre 500 e 600 milhões de euros”, alerta o promotor do festival NOS Alive.

A decisão do Governo de proibir os festivais de música e espetáculos similares até 30 de setembro ainda terá de passar pelo Parlamento.

A medida abrange eventos sonantes do calendário musical anual que ainda não tinham sido cancelados ou adiados, como o Sumol Summer Fest , NOS Alive, Super Bock Super Rock, MEO Marés Vivas, MEO Sudoeste, Vodafone Paredes de Coura, EDP Vilar de Mouros e o NOS Primavera Sound.

O Festival do Avante, organizada pelo PCP, é um dos eventos que pode estar em causa. O partido diz, em comunicado, a festa da Quinta da Atalaia “não é um simples festival de música, é uma grande realização político cultural que se realiza desde 1976, muitos anos antes da existência daquele tipo de festivais”.

O partido vai por isso tomar uma posição mais detalhada quando conhecer em concreto a lei que venha a ser adotada.

Em declarações à Renascença, Álvaro Covões reage com ironia ao comentário do PCP, admitindo que a solução passaria por transformar a sua promotora num partido político.

“Por acaso Vilar de Mouros foi em 1971, mas isso é um lapso. Provavelmente quem escreveu isso não conhece a história da música em Portugal. O célebre Vila de Mouros, de 71, com os U2 e o Elton John, ainda ninguém conhecia os U2. Isso quer dizer o quê? Que não é um ajuntamento de pessoas? Não faz muito sentido”, afirma o empresário.

“Pode ser uma solução. Provavelmente, podemos constituir-nos em partido político e organizar as festas do Alive, das Marés Vidas e não sei de quê”, ironiza Álvaro Covões.

A decisão de proibir os festivais deste verão “é uma tragédia, até para o Partido Comunista Português, é um momento muito importante para a vida deles. É uma tragédia para a Everything Is New, para todas as empresas que organizam eventos”, sublinha o empresário.

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  • Filipe
    08 mai, 2020 évora 14:12
    Isso é a fundo perdido para os músicos lá de fora e meterem em sacos azuis . Quanto dos 600 milhões pagam impostos ? Lavandaria automática ...
  • Fernando Zamith
    08 mai, 2020 Lavra 09:47
    Álvaro Covões enganou-se. Os U2 estiveram em Vilar de Mouros em 1982. Em 1971, Bono tinha 11 anos. :)
  • M
    08 mai, 2020 M 02:28
    A sério, os U2 em 1971? A sério?

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