05 mai, 2020 - 16:43 • Liliana Monteiro, com redação
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O ministro da Administração Interna recusa a ideia de que existam portugueses de primeira e de segunda. Eduardo Cabrita comenta assim a polémica das comemorações do 1.º de Maio.
Ouvido em comissão parlamentar, Eduardo Cabrita foi confrontado pelo PSD com a manifestação da CGTP, no 1º de Maio. Os sociais-democratas acusam o Governo de ter medo da CGTP e ter dado esta benesse para garantir a paz social de que precisa em tempos de crise.
O ministro da Administração Interna respondeu que a ação cumpriu todas as regras de segurança sanitária definidas pelas autoridades de saúde.
“O que foi dito foi que iriam ser feitos, não desfiles, o que seria possível face ao decreto do estado de emergência, não manifestações, mas estritamente celebrações respeitando as indicações de saúde pública que fossem dadas”, declarou o governante.
Eduardo Cabrita sublinha que as indicações sobre distanciamento social foram mesmo “superadas na forma como a CGTP anunciou e manifestamente adequou” as ações de rua.
“Três metros de separação entre cada participante, estabelecimento de locais pré-marcados para cada participante, distanciamento de cinco metros entre cada fila e uma celebração circunscrita a dirigentes sindicais, delegados e ativistas. É nesse quadro que eu diria basta comparar a imagem da Alameda em 2020 e 2019 e 2018”, argumenta o ministro da Administração Interna.
O presidente do PSD confessa ter ficado escandaliz(...)
Ainda em resposta aos deputados PSD, que quiseram saber se há polícias a pagar do próprio bolso material de proteção, Eduardo Cabrita garante que não e fez as contas.
“Não pagaram um cêntimo deste milhão meio de equipamentos nem de nenhuma das dezenas de milhares de viseiras distribuídas”, assegurou.
O ministro adiantou que nos últimos 45 dias foram entregues “cerca de 1,5 milhões de equipamentos de proteção pessoal”.
“Estou a falar de 250 mil máscaras cirúrgicas à PSP, 233 mil à GNR, 11 mil ao SEF, 18 mil máscaras FFP2 às duas forças de segurança, cerca de 300 mil aos bombeiros voluntários, mas também material de outro tipo, como mais de 320 mil luvas, cerca de 500 óculos de proteção individual”, elencou o governante.
O ministro da Administração Interna garante que os testes de despistagem da Covid-19 serão feitos independentemente da legalidade ou não do lar de idosos.
Eduardo Cabrita anunciou que foram detidas 433 pessoas durante os 45 dias de estado de emergência, avançando que estes “menos de 10 casos por dia” significa “uma grande vitória da sociedade portuguesa”.
Na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, onde está a ser ouvido, Eduardo Cabrita afirmou que, durante os três períodos do estado de emergência devido à pandemia de covid-19, foram detidas 433 pessoas por violação do confinamento obrigatório, resistência, agressão a polícias e violação das regras sobre a abertura de estabelecimentos.
“Menos de 10 casos [detenções] por dia dá-nos a dimensão exatamente quase irrisória daquilo que foi e grande vitória da sociedade portuguesa”, disse aos deputados o ministro, salientando a transparência em que decorreu estado de emergência.