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Coronavírus

​Portugueses no estrangeiro em tempo de Covid-19. 600 ainda não conseguiram voltar

05 mai, 2020 - 17:51 • Paula Caeiro Varela , Cristina Nascimento

Ministro dos Negócios Estrangeiros revelou "características Fernão Mendes Pinto" dos portugueses e os lugares mais inesperados de onde receberam indicação da existência de cidadãos nacionais.

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Há 600 portugueses que estão no estrangeiro e que neste tempo de pandemia ainda não conseguiram regressar a Portugal. A informação foi prestada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

“Foi possível considerar cerca de 5.500 pedidos de apoio que nos foram dirigidos por turistas portugueses, viajantes portugueses e trabalhadores não residentes nos respetivos países em que se encontravam e foi possível apoiar o regresso de cerca de 4.900 dessas pessoas”, disse em audição parlamentar.

Santos Silva destacou uma taxa de execução da ordem dos 90%, uma taxa que atinge quase os 100% no caso dos estudantes Erasmus.

“Neste momento só quatro estudantes que nos solicitaram apoio ainda têm os seus processos por concluir, dois deles encontravam-se no Kosovo”, acrescenta.

Nesta audição parlamentar, o chefe da diplomacia portuguesa deu conta de vários locais mais inesperados de onde surgiram pedidos de apoio, um fenómeno a que chamou “características Fernão Mendes Pinto”.

“São sempre momentos de grande espanto, mas também de um certo orgulho nas características Fernão Mendes Pinto dos portugueses, porque não se imagina nestas circunstâncias onde é que aparecem portugueses e onde é que é preciso tratar do apoio a portugueses. Nós tivemos que apoiar, e apoiámos com todo o gosto, portugueses que se encontravam no Cazaquistão, no Camboja, no Bahrain, no Burkina Faso, nos Camarões, portugueses que se encontravam e encontram no Benim que nos disseram ‘não, nós não queremos regressar, queremos apenas ser referenciados’”, descreveu.

Nestas declarações, Augusto Santos Silva foi também questionado pelo PSD sobre a situação em Cabo Delgado. O chefe da diplomacia portugueses revela preocupação com situação no norte desse “querido país”, considerando que há razões para pensar que Moçambique “está a ser vítima do alastramento de redes terroristas internacionais”.

“Há uma dimensão que nos diz respeito a nós enquanto parceiro que tem cooperação com Moçambique, incluindo nas áreas técnico-policiais e nas técnico-militares, e há uma dimensão que nos diz respeito a nós, no plano consular, visto que temos muitos portugueses em Pemba e perto de Pemba”, disse ainda Santos Silva, referindo ainda que neste momento o consulado de Portugal na Beira “está a proceder ao recenseamento, um a um, dos portugueses que vivem nessa região para ver que tipo de apoios é necessário garantir”.

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