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​Investigadora da UTAD identifica tratamento que diminui rachamento da cereja

05 mai, 2020 - 16:18 • Olímpia Mairos

O rachamento “afeta normalmente grande parte do volume da cereja, o que representa um aspeto importante na rejeição do fruto por parte do consumidor”, assinala Sofia Correia, considerando a “necessidade de produzir frutos de grande qualidade, devido à elevada importância económica da cereja”.

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Com a campanha da cereja à porta são reveladas estratégias inovadoras em pré e pós-colheita, no incremento da qualidade da cereja Sweetheart, no Norte de Portugal.

O estudo é da autoria de Sofia Correia, membro integrado do Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e os resultados mostraram uma “redução do rachamento do fruto em 50%”.

De acordo com a investigadora, a metodologia consistiu em repetidas pulverizações de cálcio, e cálcio conjugado com outras substâncias, tendo os “tratamentos foliares reduzido o rachamento” e sido “menor” nos frutos “tratados com cálcio conjugado com ácido abscísico e glicina-betaína, sobretudo o rachamento do tipo lateral”.

Este tipo de rachamento “afeta normalmente grande parte do volume da cereja, o que representa um aspeto importante na rejeição do fruto por parte do consumidor”, assinala Sofia Correia, considerando a “necessidade de produzir frutos de grande qualidade, devido à elevada importância económica da cereja”.

Assim, as aplicações com ácido abscísico e glicina-betaína em associação com cálcio, “aumentaram o teor de ceras solúveis e espessura da cutícula e das células da epiderme dos frutos”, tendo sido verificado que, durante a fase de amadurecimento, “frutos com células da epiderme, hipoderme e parênquima de maior dimensão apresentaram uma menor incidência ao rachamento, o que indica a importância da flexibilidade e elasticidade da epiderme”, salienta Sofia Correia.

A investigadora destaca ainda que os compostos aplicados não afetam as características organolépticas (textura/sabor) e melhoram o aspeto visual do fruto. E, uma vez que estes compostos têm preços acessíveis, são ferramentas que podem ser facilmente adotadas pelos produtores de cereja.

Outra conclusão deste estudo é o aumento do calibre, em 20%, na cereja tratada com glicina-betaína e cálcio, o que representa um impacto “muito positivo para os produtores”.

Os resultados desta investigação estão publicados no "Journal of the Science of Food and Agriculture" disponível aqui e integram uma tese de doutoramento financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito do Programa Doutoral “Cadeias de Produção Agrícola – da mesa ao campo” e intitulada Pre and postharvest innovative strategies to enhance cherry quality, com orientação das docentes da UTAD, Berta Gonçalves e Ana Paula Silva, e de RobSchouten, da Universidade de Wageningen, Países Baixos.

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