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Estado de calamidade

Costa pede responsabilidade aos portugueses. "Nunca terei vergonha ou rebuço de dar um passo atrás”

30 abr, 2020 - 19:56 • Redação

"A emergência sanitária não desapareceu", alerta o primeiro-ministro. "É neste espírito de confiança e de solidariedade coletiva que temos de prosseguir esta trajetória. Devemos isso a todos os que já morreram", apela António Costa, que anunciou o plano de reabertura gradual do país.

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Costa anuncia reabertura do país com "várias linhas vermelhas" e "sem vergonha de dar passo atrás"
Costa anuncia reabertura do país com "várias linhas vermelhas" e "sem vergonha de dar passo atrás"

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O primeiro-ministro apela à contenção e responsabilidade dos portugueses nesta nova fase de desconfinamento da pandemia de Covid-19. António Costa garante que não hesitará em recuar se o número de casos disparar com a reabertura da economia. O estado de calamidade vai substituir o estado de emergência, a partir de 3 de maio, mas "a emergência sanitária não desapareceu", alerta.

Nunca terei vergonha ou qualquer rebuço em dar um passo atrás”, declarou António Costa, esta quinta-feira, no final do Conselho de Ministros que aprovou medidas de desconfinamento e a substituição do estado de emergência pelo estado de calamidade, a partir de 3 de maio.

O primeiro-ministro reconhece que esta nova fase, que vai começar na próxima semana com a reabertura do pequeno comércio de rua, é um “processo que tem riscos que ninguém pode ignorar”.

“Cada um deve adotar regras de higiene e auto-contenção para se proteger a si e aos outros. O risco de transmissão vai aumentar”, admitiu António Costa, que também assinalou o facto de o Serviço Nacional de Saúde estar à altura dos desafios. "Mesmo nos piores momentos da pandemia a capacidade dos cuidados intensivos nunca esteve em causa", declarou, em conferência de imprensa.

Portugal regista, até esta sexta-feira, 989 mortes, mais de 25 mil casos confirmados de Covid-19 e 1.519 pessoas recuperadas.

O chefe do Governo reforça a ideia de que não terá “vergonha de dar passo atrás para garantir bem essencial que é a segurança dos portugueses” e, para isso, conta com a “responsabilidade e empenho de todos”.

António Costa expressa a “total determinação do Governo” para adotar todas as medidas necessários para preservar saúde pública e explica que o plano de reabertura será avaliado de 15 em 15 dias e “tem dois sentidos”: aumentar a liberdade ou dar o passo atrás, se forem ultrapassadas "linhas vermelhas".

“Daremos esse passo se e quando for necessário dar. É neste espírito de confiança e de solidariedade coletiva que temos de prosseguir esta trajetória. Devemos isso a todos os que já morreram, que estão doentes, em vigilância, às famílias dos que perderam entes queridos. A todos os profissionais de saúde que dão o seu melhor para enfrentar na linha da frente esta ameaça, o que podemos fazer é máximo recolhimento, afastamento e disciplina possível.”

“Conseguimos inverter a tendência que havia, não vamos perder no próximo mês aquilo que conquistamos tão duramente nos últimos dois meses”, apelou o primeiro-ministro.

O país sabe “o custo social e económico” da pandemia, com “empresas e empregos ameaçados”, sublinhou.

“Se queremos estancar a crise social e económica, temos de acelerar o esforço e isso depende de todos os cada um de nós”, defende António Costa.


O Governo aprovou esta quinta-feira a reabertura da economia e a substituição do estado de emergência pelo estado de calamidade.

Entre as novas medidas está a utilização obrigatória de máscara de proteção nos transportes, comércio, escolas e locais fechados onde haja elevado número de pessoas. Estão proibidos ajuntamentos de mais de dez pessoas.

Tal como a Renascença avançou, o pequeno comércio de rua vai reabrir na próxima semana - todas as lojas até 200 metros quadrados -, nomeadamente, cabeleireiros, livrarias e stands de automóveis.

Nesta fase de reabertura da economia, os transportes públicos estarão limitados a dois terços da lotação, continuarão obrigados a regras extraordinárias de higiene.

De acordo com o calendário oficial de reabertura, as creches vão voltar a funcionar a 18 de março, mas os apoios estes pais continuam até 1 de junho.

As restrições às celebrações comunitárias "de todas as religiões" começarão a ser levantadas no fim de semana de 30 e 31 de maio.

O primeiro-ministro anunciou também alterações das restrições aos funerais no âmbito da pandemia de Covid-19. António Costa diz que continua a vigorar "a regra de que compete aos presidentes de câmara enquanto autoridades locais de Proteção Civil a definição do limite máximo do número de pessoas que podem participar num funeral”, mas considerou que em alguns casos “têm sido excessivas”.

Algumas praias estarão disponíveis, para já, apenas para desportos náuticos. Os espaços culturais vão ter várias fases de reabertura e de forma gradual. As livrarias, bibliotecas e arquivos são os primeiros a abrir, já na próxima segunda-feira

Quanto ao futebol, a I Liga será retomada no final de maio. No entanto, a Direção-Geral da Saúde terá de apurar as condições de higiene e segurança em todos os estádios. A II Liga não será concluída.

Evolução da Covid-19 em Portugal

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