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Covid-19. Turismo defende "lay-off" simplificado, pelo menos, até ao fim do ano

30 abr, 2020 - 15:03 • Ana Carrilho

Vários representantes do setor do turismo defenderam o prolongamento do regime de "lay-off "simplificado durante ujma "webconferência" que junto diversas áreas do negócio.

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Vários representantes do setor do turismo defenderam, esta quinta-feira, o prolongamento do regime de "lay-off" simplificado até ao fim do ano, pelo menos.

Na webconferência “Lisboa: preparar o futuro”, os diversos intervenientes - das áreas da hotelaria, agências de viagens, aviação e da entidade reginal de turismo - defenderam a continuidade dos apoios para um setor estratégico para a economia nacional e que terá mais dificuldade em retomar a atividade porque também depende da reconstrução da confiança dos clientes.

Há empresas que não se aguentam e vai haver muito mais desemprego no setor se o "lay-off" simplificado de semant iver apenas por três meses. Devia prolongar-se até ao fim do ano ou, pelos menos, até começar a haver mais movimento, defendeu a vice-presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens de Turismo (APAVT).

Para Eduarda Neves, esta seria uma forma de o Governo apoiar um setor estratégico para o país e os seus trabalhadores, que poderá levar mais tempo a retomar a atividade porque também está dependente da confiança das pessoas.

O diretor-geral da Easyjet para Portugal, José Lopes, defende mesmo o prolongamento do regime até ao fim da época de Inverno do próximo ano.

Para Miguel Miguel Proença, do grupo Hoti Hotéis, a continuidade dos apoios é importante para garantir que uma parte relevante da hotelaria e dos negócios associados ao turismo se pode manter ativa. Por outro lado, considera essencial que a reabertura controlada da atividade se faça com muita segurança e de modo a reconstruir a confiança.

Lisboa prepara Plano de Emergência para trazer clientes

É para o pós-pandemia que Lisboa se prepara já. Vitor Costa, o presidente da Entidade Regional de Turismo, anunciou que está em marcha um Plano de Emergência para ajudar a trazer clientes. Deverá ser aprovado em breve, mas adiantou que inclui parcerias com companhias de aviação hotéis, animação cultural ou aposta no turismo de saúde.

O plano também tem verbas para ações táticas e trabalho com agências de comunicação para promover o destino. E há ofertas especiais que têm como primeiro alvo o mercado interno e que poderão começar a ser usadas a partir de julho.

Ainda assim, Vitor Costa sublinha que o subsetor M.I.C.E (Meetings, Incentives, Conferences & Exhibitions) dos congressos e eventos é o produto “premium” de Lisboa, mas agora, com a pandemia, aquele que terá mais dificuldade em retomar porque continuam os constrangimentos à concentração de centenas ou milhares de pessoas.

O presidente da Entidade Regional de Turismo aproveitou para reforçar a reivindicação de abaixamento da taxa de IVA dos congressos, “que o Estado deve atender para ajudar os promotores mas também para que o destino se torne mais competitivo face a outros, nomeadamente Espanha”.

Vítor Costa defendeu, ainda, a alteração do regulamento do apoio do Estado à realização de congressos que discrimina Lisboa por ser uma região “mais rica”.

Aviação: é preciso bom senso e equilíbrio nas medidas, senão há países que ficam para trás

A segurança deve estar no topo das prioridades, também para as companhias de avião, mas as medidas devem ser aplicadas de igual forma, afirmou o diretor geral da Easyjet para Portugal.

“Não podemos ter países com medidas diferentes, ou mesmo entre regiões do mesmo países, como acontece, por exemplo, da Madeira, em relação ao Continente. Se quiserem ir mais além, vão ficar para trás na retoma e sujeitos a menos rotas e preços mais altos, o que não atrai clientes”, disse José Lopes, defendendo, por isso, bom senso e equilíbrio, também entre a aviação e os outros transportes.

Por enquanto, a Easyjet tem toda a frota parada, ainda sem saber quando é que atividade será retomada. Em relação a Portugal, a prioridade poderá ser para a ligação entre Lisboa e o Funchal, se o governo madeirense aliviar os constrangimentos à entrada na ilha. Depois, as ligações aos mercados tradicionais de França, Suiça, Alemanha, Luxemburgo e a Londres, destino da nova emigração portuguesa.

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