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Estatuto do artista e modelos de financiamento. As prioridades da Cultura, pós Covid-19

29 abr, 2020 - 14:37 • Maria João Costa

Trabalhar o estatuto do artista e novos modelos de financiamento para a cultura, são dois objetivos apontados pela ministra da cultura na sua participação na Social Good Summit.

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A ministra da Cultura, Graça Fonseca, reconhece que o setor foi “o que mais se reinventou” perante a crise da pandemia e a paragem da atividade. a sua participação, esta quarta-feira, na Social Good Summit, Graça Fonseca apontou o estatuto do artista e os novos modelos de financiamento da cultura como duas prioridades do seu ministério até ao final do ano

No evento promovido pela Fundação das Nações Unidas e que está a decorrer ao longo do dia por via digital, está a ser analisado o tema do “Impacto Social depois do Covid-19”. Na sua participação, a ministra da Cultura começou por considerar que “a cultura teve capacidade de, de um dia para o outro, se reinventar e dar resposta a uma nova situação”.

Virando-se para as oportunidades que a internet representava, muitos foram os artistas que começaram a disponibilizar oferta cultural pela via digital. Isso mesmo está a acontecer hoje, deu como exemplo, Graça Fonseca, neste Dia Mundial da Dança, com a Companhia Nacional de Bailado.

A titular da Cutura sublinhou, no entanto que esta crise deu “uma noção diferente da importância da cultura nas nossas vidas”. Segundo Graça Fonseca, “a cultura em tempos de confinamento ganhou um lugar diferente”, por isso defende a governante, é preciso “recentrar e perceber o impacto social e económica que a cultura tem enquanto área transversal naquilo que somos enquanto pais e economia”.

A ministra da Cultura fala do “reconhecimento da importância económica da cultura” e considera que é “preciso aprendermos algo com esta situação” gerada pela pandemia. Graça Fonseca que é defensora de uma maior articulação entre governo, empresas, fundações e comunidade artística diz que só “conseguiremos dar resposta aos desafios que esta situação nos coloca, se trabalharmos juntos e puxarmos pelos mesmos objetivos”.

Na sua ultima intervenção neste painel, moderado pela atriz Joana Barrios, em que participaram também Miguel Araújo, diretor de Comunicação Super Bock Group e Lara Seixo Rodrigues, fundadora Mistaker Maker; Graça Fonseca falou do impacto económico e social que tem por exemplo para algumas zonas do território nacional o cancelamento de certos festivais de música.

A ministra da Cultura que afirmou que o Governo vai “ter de recentrar algumas soluções de politica publica que estavam desenhadas” apontou duas prioridades.

“Temos de conseguir retomar a data de 27 de fevereiro e perceber no futuro que a questão do estatuto do artista é muito importante. Desde 2011 que foi aprovado na Assembleia da República um primeiro texto, muito mudou e agora mudou mais”, por isso considerou que “não deve ser desperdiçado o caminho feito até fevereiro, é preciso perceber que a realidade mudou e que há potencial de reinvenção”.

Graça Fonseca conclui dizendo que o estatuto do artista e os modelos de financiamento são assim duas prioridades do seu gabinete, “um longo caminho para fazer” refere a ministra, “até ao final do ano”.

Com o tema “O Impacto Social depois do Covid-19”, a Social Good Summit divide-se em sete painéis de discussão, de 45 minutos cada. São debates em torno dos sete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas que foram ameaçados pela pandemia de Covid-19. Durante a tarde vai discutir-se a violência doméstica, a revolução digital e as alterações climáticas.

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