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Crianças e jovens escrevem cartas a idosos para combater a solidão

28 abr, 2020 - 18:24 • Ana Lisboa

O projeto da Associação Mais Proximidade Melhor Vida pretende que os idosos se sintam mais acompanhados durante este período de isolamento obrigatório em tempo de pandemia.

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"De casa para casa" é o novo projeto da Associação Mais Proximidade Melhor Vida que tem como propósito ajudar a combater a solidão e o isolamento dos idosos na Baixa de Lisboa e na Mouraria, durante este período de confinamento e distanciamento social, até porque os idosos são uma das populações mais vulneráveis ao Coronavírus.

A ideia passa por estabelecer uma comunicação regular, através de cartas, entre crianças e jovens com os idosos apoiados por esta instituição de solidariedade social.

"Achámos que poderia ser interessante este 'convívio', esta correspondência entre mais jovens e idosos", refere Rita Roquette, responsável pelo gabinete de comunicação.

A parceria foi proposta à Associação Escola 31 de Janeiro, assim se chama este estabelecimento escolar localizado na Parede, na linha de Cascais, com o qual existe "uma colaboração muito próxima" já há algum tempo.

O processo é muito simples. "O que estamos a fazer neste momento, os alunos enviam-nos as cartas para o email do projeto que nós criámos. E uma das técnicas está responsável por enviar essas cartas às outras técnicas que depois vão ler as cartas aos idosos. Neste momento é por telefone, por uma questão de restrição, devido à pandemia, porque são pessoas de risco e não vamos às casas".

Depois, "os idosos ditam-nos as cartas que nós escrevemos e enviamos por email de volta aos alunos. O objetivo, quando depois tudo isto passar, é imprimir as cartas todas e entregar fisicamente essas cartas aos idosos e promover um encontro presencial, quando for possível, entre crianças, jovens e os idosos que participaram no projeto para se conhecerem presencialmente".

Uma década de trabalho

A Associação Mais Proximidade Melhor Vida é uma instituição de solidariedade social que apoia a população mais idosa residente na Baixa de Lisboa e na Mouraria.

Nasceu há 10 anos, mas foi formalmente constituída em 2014.

A sua missão é "reduzir o impacto da solidão e do isolamento e contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida".

A equipa técnica da AMPMV, parceiros e um conjunto de 40 voluntários "apoiam atualmente cerca de 120 pessoas, com uma média de 83 anos de idade". É-lhes oferecido "o acompanhamento necessário, personalizado e adaptável ao contexto de cada uma".

O que se pretende é "integrar a pessoa na comunidade onde reside, contribuindo para a melhoria do seu bem-estar físico, psicológico e emocional".

A Associação Mais Proximidade Melhor Vida tem três linhas de atuação: combate à solidão e isolamento que inclui visitas ao domicílio e contactos telefónicos. Há ainda a promoção da saúde e bem-estar, com acompanhamento a consultas e exames médicos. E, por último, proporcionar uma melhor qualidade de vida no domicílio, que pode passar, por exemplo, por pequenas reparações em casa, entre outros serviços.

Em tempo de pandemia, a Associação continua a apoiar os idosos, mas agora limita as visitas ao domicílio da equipa técnica "àquilo que é estritamente urgente". E, por isso, sublinha Rita Roquette, está a ser "reforçado o contacto telefónico para perceber quais as maiores necessidades que os idosos têm".

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