27 abr, 2020 - 09:15 • Miguel Coelho (entrevista), Redação (texto)
Há quatro utentes e seis funcionários da Santa Casa da Misericórida de Lisboa infetados com o novo coronavírus. Balanço feito, esta segunda-feira, em declarações à Renascença, pelo provedor da Santa Casa.
Edmundo Martinho garante que a situação está "completamente controlada" e que a Santa Casa, que faz questão de testar todos os seus lares, até tem estendido ajuda a instituições homólogas da capital:
"Temos vindo a fazer um levantamento e um trabalho preventivo em todos os lares da cidade, independentemente de serem da Santa Casa da Misericórdia, incluindo os lares da rede lucrativa, com a perspetiva de avaliar as condições de funcionamento dos lares, ajudar a melhorar os procedimentos de carácter preventivo instalados e avançar com os testes a todos os colaboradores e, quando se justifique e quando haja sintomas de que alguma coisa não está bem, aos utentes. Felizmente, até este momento, a situação que temos cindo a encontrar tem-nos deixado otimistas, em relação ao modo como tudo isto vai prosseguir."
O provedor da Santa Casa salientou que a vigilância continua a ser permanente, contudo, assumiu que a situação o deixa "confiante".
O Governo pretende reabrir as creches em breve, o que pode supor um problema para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que tem casos em que as instalações de lares e jardins de infância são contíguas.
No entanto, Edmundo Martinho acredita que a Santa Casa está "preparada do ponto de vista de recursos humanos e instalações".
"A creche representa um desafio adicional, porque, com as crianças é relativamente difícil instituir mecanismos de contenção e afastamento. Estamos a fazer tudo o necessário para que possamos ter tudo em condições para que as crianças tenham um ambiente seguro onde possam continuar o seu desenvolvimento. Em creches que estejam em instalações contíguas de respostas para pessoas mais velhas, seguramente teremos de ter cautelas redobradas e instituir mecanismos de segurança mais fortes porque esse é de facto um dos riscos que temos de ser capazes de prevenir", admitiu o provedor da Santa Casa.
A pandemia da Covid-19 tem suposto um enorme desafio financeiro para muitas pessoas, especialmente quem não tinha rendimento seguro.
Nesta entrevista à Renascença, decorrida durante o programa As Três da Manhã, Edmundo Martinho admitiu que há mais pessoas à procura de ajuda, quer alimentar, quer financeira. Um aumento significativo a que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está a procurar dar resposta:
"Temos sentido aumento dos pedidos de ajuda e temos correspondido a esses pedidos. Não sei quantificar, mas diria que tem havido, nos últimos tempos, uma procura adicional dos nossos serviços, do ponto de vista alimentar e financeiro. Temos tido um aumento com algum significado. De forma geral, são pessoas sem abrigo que tinham atividades ligadas ao setor informal, logo não estavam protegidas, e que de repente ficaram sem rendimentos e que têm de procurar apoios, que nós estamos em condições de prestar. É esse o nosso papel e é essa a nossa missão."
Morreram 903 pessoas com o novo coronavírus, em Portugal, entre um total de 23.864 infetados. Há 1.329 pessoas recuperadas da Covid-19, de acordo com os dados de domingo da Direção-Geral de Saúde.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em todo o mundo desde dezembro. Entre os casos diagnosticados, pelo menos, 865 mil são considerados curados.
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