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​Covid-19

Itália à beira dos 200 mil infetados, mas número de novos casos e óbitos estão a descer

27 abr, 2020 - 19:09 • Lusa

Região de Veneto antecipa fim das medidas de confinamento, ao arrepio do que decidiu o governo nacional.

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A Itália registou, até esta segunda-feira, 199.414 casos de contágio do novo coronavírus, com um aumento de 1.739 nas últimas 24 horas, o valor mais baixo desde março, mantendo a trajetória em baixa na curva de contaminações.

Segundo indicou o diretor da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli, o total de óbitos situa-se nos 26.977, com mais 333 nas últimas 24 horas, número superior aos 260 registados domingo, mas muito menor que os valores diários nas últimas semanas.

O total atual de casos positivos é de 105.813, mantendo a tendência de descida, depois de 66.624 pessoas terem tido alta médica, continuando também em baixa os pacientes hospitalizados.

“Mantém-se a tendência de diminuição progressiva de óbitos e de contágios”, afirmou, por seu lado, o presidente do Instituto Superior de Saúde (ISS) italiano durante a apresentação do balanço diário da epidemia na sede da Proteção Civil.

A Lombardia (norte) continua a ser a região mais afetada, com 13.449 óbitos em 73.479 casos, seguida pela de Emília-Romana (3.431 mortes em 24.662 casos), e Piemonte (2.878 mortes em 25.098 casos).

Por outro lado, a Federação Nacional das Ordens de Cirurgiões (FNOMCEO) de Itália referiu esta segunda-feira que a pandemia associada à Covid-19 provocou a morte a 151 médicos entre 11 de março e 26 deste mês.

Fim do confinamento a duas velocidades

Algumas das restrições existentes em Itália, impostas para travar a propagação do novo coronavírus, vão ser aliviadas a 4 de maio próximo, embora as regras para as lojas de retalho, museus e outros negócios tenham de ser cumpridas por mais duas semanas.

Os cientistas que estão a aconselhar o Governo italiano afirmaram-se “preocupados” com um aumento da taxa de contágio assim que os cidadãos puderem começar a circular no país.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, já decidiu que a reabertura das atividades vai decorrer de forma gradual, uma vez que ainda não existe uma vacina contra a Covid-19.

A região norte de Veneto, um dos principais pontos mais afetados pela doença, em Itália, decidiu antecipar-se ao que foi decidido pelo governo nacional e anunciou que vai levantar algumas restrições de bloqueio uma semana antes do previsto.

O primeiro-ministro Giuseppe Conte definiu que 4 de maio seria o início do fim do confinamento, com uma diminuição gradual das medidas ao longo do próximo mês.

"Esta é a melhor maneira de alimentar conflitos sociais", considerou o governador de Veneto , Luca Zaia, referindo-se à abordagem suave e discreta do governo.

"Não podemos nos tornar um laboratório ou porquinhos-da-índia, também temos que viver", disse Zaia.

Assim, fazendo uso de autonomia regional, Zaia concedeu permissão para os moradores da região, que inclui cidades como Veneza e Verona, saírem de casa a partir das 18h00 desta segunda-feira para que possam fazer livremente exercício físico, incluindo passeios de bicicleta.

Até aqui, as pessoas só podiam passear ou correr nas proximidades de suas próprias casas.

A partir da terça-feira de manhã, as pessoas vão poder viajar pela região para visitar segundas residências, se as tiverem, ou realizar trabalhos de manutenção em barcos, se necessário.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

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