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25 de abril

“Mesmo em estado de emergência a Democracia e o Parlamento dizem presente” para impedir “qualquer alternativa antidemocrática”

25 abr, 2020 - 10:15 • Eunice Lourenço

Ferro Rodrigues salientou o papel do Parlamento para garantir a democracia e diz que o próximo desafio é o “combate às desigualdades”.

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A sessão solene dos 46 anos do 25 de Abril começou com um minuto se silêncio por todos aqueles que foram vitimas da pandemia de Covid-19. Um minuto de silêncio convoado pelo presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, que fez questão de ter o primeiro discurso desta sessão ao contrário do penúltimo, como é habitual.

Depois de dedicar o início do discurso às vitimas da pandemia, Ferro Rodrigues passou para a defesa do Parlamento, que considera essencial para impedir “alternativas anti-democráticas” que o preocupam.
Veja aqui a cerimónia de comemoração do 25 de abril na íntegra

Mesmo em estado de emergência, não vimos ser suspensa a democracia que somos, a democracia que Abril nos trouxe, nessa manhã inesquecível que hoje, com sentido de dever e responsabilidade, evocamos e celebramos, volvidos 46 anos”, disse Ferro que fez muita questão que a sessão que assinala este dia decorresse no Parlamento como é habitual, apesar das críticas e da polémica.

“Celebrar – não festejar – o momento fundador do nosso regime na Casa da Democracia é, também, mostrar, no presente e para o futuro, que, independentemente das circunstâncias, mesmo as mais extraordinárias, mesmo em estado de emergência como o que vivemos, a democracia e o Parlamento dizem presente. Para garantir que as crises nunca servirão de pretexto para lançar as sementes de qualquer alternativa antidemocrática”, continuou o presidente do Parlamento, lembrando várias medidas que os deputados aprovaram nestes tempos, desde as autorização para o estado de emergência até medidas para combater o epidemia.

Portugal “vacinado contra a austeridade”

Ferro Rodrigues também quis dedicar a sessão deste dia a todos os “que disseram e dizem presente para que os portugueses se podem recolher e proteger” no tempo de combate à epidemia de Covid-19.

eunir hoje a Assembleia da República, tanto mais com a honrosa presença do Presidente da República e de Altas Entidades do Estado Português, tem igualmente um outro propósito: o de homenagear todos quantos têm permitido que o País não pare, que a economia não colapse, que o desemprego não dispare”, disse Ferro que elencou várias profissões que têm mantido a atividade. Mas quis deixar uma palavra especial aos profissionais de saúde, arrancando um aplauso na sala. Que se repetiu quando evocou António Arnaut, o fundador do Serviço Nacional de Saúde.

Na segunda parte do discurso, Ferro começou a projetar o futuro, dizendo que o combate à desigualdades tem de estar a par com o combate à epidemia.

Críticas, esperança, evocações e silêncio. O essencial da cerimónia inédita do 25 de abril
Críticas, esperança, evocações e silêncio. O essencial da cerimónia inédita do 25 de abril

“De uma coisa estou certo: Portugal e os Portugueses estão vacinados contra a austeridade. Resta saber se a vacina tem 100% de eficácia…”, afirmou Ferro.

“Embora a pandemia que enfrentamos tenha deitado a perder parte do que conquistámos com tanto esforço e sacrifício, devo aqui recordar que foi no Parlamento – que assumiu, também por isso, uma centralidade crescente no funcionamento do nosso sistema político – e em concertação permanente, que foi possível concretizar um programa de recuperação de rendimentos e de alteração de política económica, sem pôr em causa os compromissos internacionais de Portugal.

“Embora a pandemia que enfrentamos tenha deitado a perder parte do que conquistámos com tanto esforço e sacrifício, devo aqui recordar que foi no Parlamento – que assumiu, também por isso, uma centralidade crescente no funcionamento do nosso sistema político – e em concertação permanente, que foi possível concretizar um programa de recuperação de rendimentos e de alteração de política económica, sem pôr em causa os compromissos internacionais de Portugal”, continuou o presidente do Parlamento, para quem “ao combate à pandemia, que está ainda longe de estar ultrapassado, soma-se agora um outro desafio, tão ou mais difícil: o do combate às desigualdades, pelo desenvolvimento económico, pela prosperidade”.

Fortalecer as instituições

Antes de terminar, Ferro voltou às preocupações com a democracia, atacando quem considera que ataca a democracia. “Quer a desinformação, quer a propaganda populista, aproveitam o distanciamento entre os partidos e a sociedade, sempre com o intuito de desacreditar os valores fundamentais do Estado de Direito Democrático, minar a confiança nas Instituições e, o fim último, destruir a Democracia”, afirmou Ferro, defendendo que “a resposta passa por tornar a Democracia mais inclusiva, mais representativa” e as “instituições mais fortes, mais sólidas, mais capazes de responder aos anseios das populações e de afastar os seus receios”.

E, a terminar, defendeu a união da União Europeia. “ Fiel aos princípios fundadores deste projeto comum de paz, de desenvolvimento e de democracia, Portugal tudo deve fazer para que, neste intervalo negro, não se perca a Europa da partilha e da solidariedade”, afirmou Ferro, que citou o Papa Francisco que, há dias, disse que a Europa está perante um desafio histórico.

“A nossa intervenção política continuará a ser pautada pela defesa de todos os Portugueses e, em especial, de todos os que têm sido afetados por esta pandemia. É por eles que nos devemos unir. Porque, perante tamanho desafio – e tal como perante as crises migratórias ou as alterações climáticas –, só venceremos esta pandemia se nos mantivermos unidos”, conclui o presidente do Parlamento.

Comentários
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  • Adélio Pequenino
    25 abr, 2020 Terras da Vernária 14:36
    Esta cara feia , e sem vergonha, em 2015, para reinar, derrubou um governo eleito pelo povo . E utilizou meios astuciosos para formar um governo ditatorial. Continua a não ter vergonha de falar em democracia!. E diz que a austeridade está vacinada. Está, para ELES. Para o povo mudou - lhe o nome. Chama - lhe : consolidação das contas públicas Mas o endividamento público está a aumentar. Retiram de um lado e colocam no outro. São ilusionistas. O seu antigo professor Soares chamou - lhe : apertar o cinto. Para aqueles que acreditam em Deus, desejo - lhes um Santo Domingo.
  • Americo
    25 abr, 2020 Leiria 14:15
    Parasita.
  • VITOR GOMES
    25 abr, 2020 PORTO 12:19
    Estes senhores governantes e presidente da república deviam ter vergonha na cara do que estão a dizer e fazer quanto ao 25 de abril. Era já uma queda redonda nas intenções devoto.

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