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Coronavírus

​Luís Castro. Paragem pode levar ao fecho de muitos clubes

21 abr, 2020 - 13:30 • Carlos Dias com Redação

O treinador do Shakhar Donetsk reflete sobre o estado atual do futebol e admite que a competição poderá demorar mais tempo a ser retomada do que está a ser previsto pelos responsáveis.

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Luís Castro é aborda o tema da retoma do futebol com muita cautela. O treinador português do Shakhtar, da Ucrânia, diz, em entrevista à Renascença, que se estão a "colocar um conjunto de cenários, mas não se estão a colocar todos os cenários em cima da mesa".

"Fala-se de um regresso em junho, julho e agosto mas ainda ninguém transportou para um cenário mais para a frente, e o que isso poderá fazer ao futebol em geral. Eu não sei se o futebol estará parado largos meses e se isso acontecer, muitos clubes, pelo mundo fora, vão acabar", prevê.

O Shakhtar está de volta aos treinos no relvado, ainda que de forma muito condicionada, mas na Ucrânia ainda não está tomada uma decisão sobre a época em curso, interrompida devido à pandemia de Covid-19. A possibilidade de atribuir já o título ao Shakhtar, que tem 13 pontos de vantagem sobre o Dínamo de Kiev, não agrada ao treinador português.

“Eu não gostaria que isso acontecesse, e como não gosto nada que aconteça comigo esta é também a minha opinião para os outros campeonatos. Em Portugal, o campeonato também deve acabar mesmo que demore muito tempo. Se houver condições para começar o próximo também haverá condições para acabar este campeonato, seja qual for o país”, defende.

Já quanto à situação financeira dos clubes, Luís Castro esclarece que na Ucrânia não há notícias de “lay-off”, nem de cortes salariais, ao contrário de Portugal, onde e, no que diz respeito aos três grandes, depois do Sporting também o FC Porto se prepara para reduções nos salários dos jogadores.

“Se os clubes estão em situações muito difíceis nada melhor do que comunicar com respeito e clareza. Todos nós que somos empregados e trabalhamos nos clubes entendemos as coisas, somos seres racionais, percebemos as dificuldades e certamente haverá um entendimento, agora não podemos é ter a sensação de oportunismo e aproveitamento da outra parte para não cumprir um contrato. Se há clubes que estão em condições de cumprir que cumpram, se há clubes que não estão em condições de cumprir que cheguem a um acordo, que mostrem a todos com muita clareza que não estão em condições de o fazer. O ser humano tem a capacidade de entender desde que seja explicado", observa Luís Castro.

Evolução da pandemia na Ucrânia

Nestas declarações a Bola Branca, Luís Castro refere que a Ucrânia tem vivido uma situação “mais ou menos equilibrada” na luta contra a pandemia. No último domingo celebrou-se a Páscoa ortodoxa e “foram 180 mil pessoas às igrejas em vez dos 17 milhões habituais, mas é preciso esperar pelos próximos 15 dias para perceber se esta deslocação de pessoas vai influenciar de forma significativa o número de infetados”.

Se tal não acontecer, a Ucrânia “pode voltar lentamente ao normal e podemos ter futebol em junho ou no início de julho”. De acordo com os números da Universidade Johns Hopkins, a 21 de abril a Ucrânia registava 6.124 casos de Covid-19 e 161 mortes.

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