Tempo
|
A+ / A-

Pandemia de Covid-19

CGTP prepara 1.º de Maio. “Direitos dos trabalhadores não ficaram suspensos”

19 abr, 2020 - 19:07 • Marta Grosso , Susana Madureira Martins

Comissão executiva reúne-se na segunda-feira para decidir em pormenor as ações de rua do 1.º de maio.

A+ / A-

Veja também:


A secretária-geral da CGTP disse este domingo à Renascença que a intersindical não vai prescindir de se manifestar pelos direitos dos trabalhadores, ainda que neste ano, com o país sob a pandemia de Covid-19, com outros contornos.

“Os direitos dos trabalhadores não ficaram suspensos por causa da Covid”, garante.

Por isso, “nós temos a reunião da comissão executiva da CGTP amanhã, em que iremos pormenorizar isso melhor”, afirma Isabel Camarinha.

“De qualquer forma, serão sempre ações em que, sem desfile, sem manifestações e com o distanciamento que é necessário, estaremos a mostrar aquilo que é a situação dos trabalhadores”, acrescenta.

Todas as formas estão sobre a mesa para “manifestar aquilo que é a exigência dos trabalhadores neste momento”, diz.

A análise será feita distrito a distrito, “porque as manifestações que fazemos no 1.º de Maio são realizadas pelas próprias uniões de sindicatos de cada distrito, portanto, em cada distrito temos ações diferentes”.

Este ano, qualquer ação de rua será feita com o devido distanciamento social e com eventual uso de máscara. “O que temos é de garantir um conjunto de medidas de saúde e de proteção da saúde, de distanciamento, de eventualmente uso de máscaras, dependendo das situações, mas isso não pode impedir que haja também o exercício dos direitos dos trabalhadores”, sustenta nestas declarações à Renascença.

E as redes sociais, tal como já tinha anunciado a UGT, serão um dos palcos para comemorar o Dia do Trabalhador.

“Todos aqueles milhares de trabalhadores que gostariam de participar em ações de luta na rua não o poderão fazer, nomeadamente aqueles a quem se exige uma maior proteção, mas também todos os outros, porque não poderemos fazer as manifestações com os milhares de trabalhadores que certamente participariam”, justifica.

Isabel Camarinha anuncia, por isso, “um conjunto de iniciativas” na internet e nas redes sociais “durante todo o dia 1 de Maio”.

A secretária-geral da CGTP garante ainda que tudo está a ser articulado com as autoridades e com o Governo, de modo a “fazer do 1.º de maio uma ação de luta nacional”, se bem que “com contornos diferentes daquilo que normalmente fazemos”, mas “adequados à situação que estamos a viver”.

“Aliás, fá-lo-emos também em articulação – como já foi dito pelo próprio Governo – com as autoridades”, reforça.

Na altura em que anunciou a renovação do estado de emergência, o Presidente da República previu logo “a comemoração, com limites, do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador”, mantendo-se os limites à liberdade de reunião e manifestação.

"Tendo em consideração que no final do novo período se comemora o Dia do Trabalhador, as limitações ao direito de deslocação deverão ser aplicadas de modo a permitir tal comemoração, embora com os limites de saúde pública previstos no artigo 4.º, alínea e) do presente decreto", lê-se no decreto publicado em 16 de abril.

De acordo com o último boletim divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o novo coronavírus já matou em Portugal 714 pessoas e infetou 20.206 desde que entrou no país, em 2 de março.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+