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Covid-19

Fim do cerco. Ministro foi a Ovar agradecer “olhos nos olhos” e anunciar mais vigilância

18 abr, 2020 - 15:42 • Lusa

“Era um compromisso, mais do que institucional, pessoal”, afirmou Eduardo Cabrita. Ovar esteve isolado desde o dia 17 de março até às zero horas deste sábado, dia 18 de abril. Restrições não foram todas eliminadas e distanciamento social mantém-se.

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O ministro da Administração Interna foi a Ovar neste sábado, primeiro dia após o levantamento do cerco sanitário, para agradecer "de olhos nos olhos" aos envolvidos no combate à Covid-19 e anunciar maior vigilância policial nos próximos dias.

Eduardo Cabrita foi o primeiro governante a visitar este concelho do distrito de Aveiro após 31 dias de quarentena, com controlo de entradas e saídas no território, que, desde 17 de março, se encontrava em estado de calamidade pública devido ao SARS-CoV-2.

Questionado sobre a opção de visitar o município poucas horas após o levantamento do cerco, o ministro, equipado com uma viseira, afirmou: "era um compromisso, mais do que institucional, até pessoal e uma forma de agradecer àqueles que foram verdadeiros heróis desta batalha em Ovar".

Referindo que o contacto pessoal com o Gabinete de Crise da autarquia local foi "quase diário" ao longo de mais de um mês, Eduardo Cabrita acrescentou: "agradecer, de olhos nos olhos, a pessoas com as quais aprendi muito, vale mais".

Um mês depois, ovarenses esperam o fim da cerca sanitária. "Somos tratados como leprosos"
Um mês depois, ovarenses esperam o fim da cerca sanitária. "Somos tratados como leprosos"

Nesse reconhecimento, o ministro inclui agentes da Proteção Civil e profissionais de saúde – “dezenas dos quais não saem há um mês do município de Ovar” apesar de residirem em concelhos vizinhos – e também a população em geral, que cumpriu as regras do confinamento exigido pela situação e permitiu que todos possam agora "enfrentar com esperança os tempos difíceis que não terminaram ainda".

É nesse contexto que Eduardo Cabrita realça que os comportamentos de contenção e distanciamento social "têm que ser prosseguidos", o que significa que, no geral, as entradas e saídas no concelho continuarão a ser autorizadas apenas para efeito de acesso ao emprego, aquisição de bens de primeira necessidade, procura de apoio médico e assistência a familiares.

Lembrando que a população portuguesa continua a lidar com "o maior desafio" da sua vida, o governante garante que Ovar se manterá sob "uma monitorização muito intensa", sendo que o empenho das forças de segurança "será mantido e, em alguns casos, até alargado".

Isso verificar-se-á já ao longo dos próximos dias, atendendo a que, após um mês de isolamento domiciliário, o bom tempo que se faz sentir em Ovar faz prever que a população seja tentada a permitir-se passeios e deslocações na orla costeira do concelho.

A intervenção das autoridades será, por isso, "talvez até mais exigente e sofisticada, porque é determinante garantir o cumprimento estrito das regras de distanciamento social".

Eduardo Cabrita anunciou, aliás, um reforço de meios policiais com agentes originários dos comandos do Porto, Coimbra e Aveiro, pelo que as forças de segurança no terreno "provavelmente até irão aumentar neste fim de semana".

"Não haverá um abrandamento dessa presença. Ela irá manter-se e a forma de intervenção operacional é que será ajustada", declarou.

Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar, comprometeu-se com "a continuidade do trabalho feito até agora" para contenção da Covid-19, acrescentando que o Gabinete de Crie da autarquia manterá os respetivos procedimentos "como se do estado de calamidade se tratasse".

O novo coronavírus responsável pela presente pandemia de Covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de 2,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais mais de 150.000 morreram. Ainda nesse universo de doentes, mais de 483.000 foram já dados como recuperados.

Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados se registaram a 2 de março, o último balanço da DGS indicava 687 óbitos entre 19.685 infeções confirmadas. Desses doentes, 1.284 estão internados em hospitais, 519 já recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.


No caso concreto de Ovar, a Câmara Municipal contabilizava, na sexta-feira à noite, 25 óbitos e 604 casos de infeção entre os seus 55.400 habitantes. Neste sábado, ao início da tarde, a estatística da Direção-Geral de Saúde ainda atribuía ao concelho apenas 504 contaminados.

Portugal está desde 19 de março em estado de emergência, o que vigorará pelo menos até ao final do dia 2 de maio.

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