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D. José Ornelas

Procura de alimentos em zonas de Setúbal aumenta mais de 50%

15 abr, 2020 - 07:00 • Henrique Cunha

O bispo de Setúbal sustenta que "mesmo que a vida social vá sendo retomada e possamos começar a vencer esta crise, temos de vencê-la com senso, com responsabilidade para permitir que os lugares onde a gente se encontra sejam lugares verdadeiramente de fraternidade".

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D. José Ornelas revela que "em alguns lugares, em algumas paróquias, a busca de alimentos subiu mais de 50%". O bispo afirma que "há muita gente a passar privação, em Setúbal e não só", numa alusão a "outros lugares, particularmente onde há muitos emigrantes recentes".

Num breve retrato feito à região, D. José Ornelas lembra a precariedade de emprego e as dificuldades por que estão a passar setores como o do turismo e o da restauração. O bispo refere-se em particular "ao trabalho sazonal que agora falhou de repente". como se pode verificar "na restauraçã, e no turismo que habitualmente contam muita na nossa realidade da península de Setúbal".

Em entrevista à Renascença, o bispo recorda que Setúbal "é uma diocese que já experimentou sucessivas crises nos últimos anos e que também agora já começa a sentir com alguma dimensão" os efeitos da pandemia.

Depois, D. José mostra-se também muito apreensivo com o futuro de muitas das instituições do sctor social. "Nas instituições de solidariedade social temos outro problema que é a própria subsistência destas instituições", afirma o bispo que pergunta: "se as crianças não vêm, os pais vão pagar ou não vão pagar? Estas instituições podem subsistir?". D. Ornelas diz que "elas já viviam com 'a corda no pescoço' do ponto de vista financeiro" e que, por isso, não sabe "quantas na nossa diocese e por esse país fora vão subsistir".

Perante a possibilidade de ser renovado o estado de emergência, D. José Ornelas pede responsabilidade e bom senso, ao mesmo tempo que dá graças a Deus porque "tem havido uma boa adesão" às medidas de confinamento.

"Também da nossa parte, da parte da Igreja, quem é que não gostaria de voltar a ver as nossas igrejas abertas?", é a pergunta lançada pelo bispo que admite que "tudo vai demorar um bocadinho de tempo".

D. José Ornelas sustenta que "mesmo que a vida social vá sendo retomada e possamos começar a vencer esta crise; temos de vencê-la com senso, com responsabilidade para permitir que os lugares onde a gente se encontra sejam lugares verdadeiramente de fraternidade". E, portanto, "vamos tomar as medidas necessárias para que isso seja possível".

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