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Coronavírus. Estudo revela que em Portugal são os jovens a defender restrições mais apertadas

11 abr, 2020 - 00:35 • Pedro Mesquita com Redação

Por outro lado, sem surpresa, são as pessoas com menores rendimentos e maior precariedade laboral as que se sentem mais angustiadas com o futuro.

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São os mais jovens que defendem restrições mais apertadas durante a pandemia, para que possam também terminar mais cedo. É uma das conclusões mais inesperadas de um estudo realizado pelo Instituto de Ciencias Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), entre os dias 25 e 29 de março.

Um dado sublinhado à Renascença pelo investigador Pedro Magalhães, um dos coordenadores deste estudo sobre o Impacto Social da Pandemia.

"O fenómeno mais interessante, e até pode ser surpreendente, é que é entre os mais jovens que nós encontramos esta opinião de que as restrições deveriam ser maiores. Também porque são estes que, de alguma forma, desejam que as restrições terminem mais cedo. O tempo dirá se esta é uma espectativa realista ou não”, explica Pedro Magalhães.

Mas se esta é uma conclusão de alguma forma surpreendente, há outra, mais esperada, que se confirma: são as pessoas com menores rendimentos e maior precariedade laboral as que se sentem mais angustiadas com o futuro.

"A principal mensagem é que as consequências sociais e económicas desta crise são aparentemente muito assimétricas. Quer dizer que há determinados portugueses, perfil de portugueses, que exprimem neste estudo que foram mais afetados economicamente por esta situação. E são também aqueles que exprimem maior preocupação com o futuro e mais angústia com a atual situação. Seja trabalhadores por conta de outrem, que perderam emprego, seja trabalhadores independentes ou pessoas que vivem em parte da economia informal, seja pequenos empresários e pequenos comerciantes”, conclui o investigador do ICS-UL.

Este estudo teve por base um inquérito realizado a cerca de 11.500 pessoas e permite apenas perceber uma tendencia. Não é, explicam os autores, uma amostra representativa da população residente em Portugal.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela DGS, registaram-se 435 mortos, mais 29 do que na véspera, e 15.472 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 1.516 em relação a quinta-feira.

O país, com os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.

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