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Coronavírus e grávidas

Covid-19. Partos em casa são "risco claro" durante a pandemia

10 abr, 2020 - 01:08 • Pedro Mesquita com Redação

Colégio de Ginecologia e Obstetrícia desaconselha esta prática. "Além do risco obstétrico, temos o risco de transmissão da Covid-19 na família", alerta João Bernardes, presidente do Colégio, à Renascença.

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O presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia apelou esta quinta-feira a que as grávidas, durante a pandemia de Covid-19, não realizem os partos em casa.

À Renascença, João Bernardes sublinha que o risco é ainda maior nesta altura, não só para as grávidas e recém-nascidos, mas também para a restante família.

“Nós contraindicamos [o parto em casa], em qualquer circunstância, por razões obstétricas. E nesta altura de pandemia a situação torna-se ainda mais grave. Porque para além deste risco obstétrico, temos o risco de transmissão da Covid-19 na comunidade, na família. Porque o parto no domicílio é um parto de grande proximidade. Mesmo que haja proteção, lavagem de mãos, todos os cuidados que nós recomendamos, é um momento de grande proximidade”, explica João Bernardes.

O presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia lembra ainda que a não presença de sintomas de infeção não significa que não se esteja infetado.

“Nós temos constatado que a maior parte das grávidas com Covid-19, e que podem contagiar os outros, são assintomáticas, não têm sintomas. E, portanto, há um risco claro”, adverte.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 94 mil. Dos casos de infeção, mais de 316 mil são considerados curados. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito na quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%). Dos infetados, 1.173 estão internados, 241 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 205 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado no dia 2 de abril na Assembleia da República.

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