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Coronavírus

Uma "ilha" chamada Azambuja

08 abr, 2020 - 14:00 • Redação

Cercado por sete municípios, todos com infetados, o concelho da Azambuja vai resistindo à Covid-19.

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Vá lá explicar-se porquê, a Azambuja, rodeada por sete concelhos com perto de 150 casos confirmados de pessoas infetadas pelo novo coronavírus, vai resistindo à pandemia, num estranho jogo do faz de conta.

"É um fenómeno sobre o qual nem sei o que dizer. Faz de conta que estamos aqui numa ilha, no meio de tantos municípios que confinam connosco e graças a Deus vamos mantendo o mesmo número de doentes; neste momento temos apenas quatro casos ativos", diz, à Renascença, o presidente da Câmara da Azambuja.

O autarca olha para o lado e vê os colegas da comunidade intermunicipal da Lezíria do Tejo "com tantos casos confirmados, coitados, todos com um grande dor de cabeça" e ele, Luís de Sousa, embora atento e "preocupado, mas com um cenário mais levezinho".

De facto, os números oficiais acabados de divulgar esta quarta-feira pela Direção Geral de Saúde (DGS) são reveladores: 42 casos de Covid-19 confirmados em Santarém, outros tantos em Vila Franca de Xira, mais 24 em Benavente e 15 no Cartaxo. Alenquer, Rio Maior e Cadaval somam no conjunto 21 casos, num total de 144 entre os municípios que confinam com a Azambuja.

"Acho isto muito estranho, até porque temos uma zona industrial muito grande e mais de mil pessoas vêm de fora do concelho da Azambuja, diariamente, trabalhar aqui", confessa Luís de Sousa, antes de concretizar que "só uma empresa teve até agora um caso confirmado e até se trata de uma pessoa que reside no Cartaxo".

Precavido e com fé em Deus

"Temos aqui dois salões muito grandes, um já equipado com 80 camas, outro com 60, para a eventualidade de termos de apoiar alguma IPSS, porque não sabemos o que trará o dia de amanhã", sublinha o presidente da Câmara da Azambuja.

Nos próximos dias avançam os testes de despistagem ao novo coronavírus nos trabalhadores dos lares, porque, como diz o autarca, "é mais fácil apagar um fogo antes dele se propagar".

Em conclusão, Luís de Sousa deixa bem claro que o momento não é para distrações, mas sim para acreditar e manter as defesas em alerta máximo, face ao perigo que rodeia o concelho. "Estamos todos a cumprir as orientações do Governo para ficar em casa. Não deveria empregar este termo, mas estamos satisfeitos e eu, como sou um homem de fé, acredito que Deus nos vai ajudar".

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