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Jorge Sequeira

​"Necessidade de segurança hipotecada" com cortes salariais aos jogadores

08 abr, 2020 - 14:11

Jorge Sequeira, psicólogo especializado em motivação e "team building", lança um olhar, em Bola Branca, sobre o impacto dos cortes salariais e às férias impostas aos futebolistas.

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A "angústia" dos jogadores, que se vêem numa espécie de trapézio sem rede quando confrontados com cortes salariais ou até mesmo "lay-off", é perfeitamente natural mas há formas de conter o impacto emocional em cada um.

Jorge Sequeira, conhecido psicólogo que no alto rendimento trabalhou no Sporting de Braga e é preletor nos cursos de treinadores da Federação e UEFA, aconselha os jogadores olhar para o corte como uma medida temporária nas suas carreiras.

"Os jogadores têm uma carreira muito curta. Aos 35, 36 anos, terminam a carreia, numa altura em que a maior parte das pessoas começam a ganhar melhor. Por isso as suas necessidades de segurança ficam hipotecadas, quando o dinheiro lhes sai do bolso. Mas têm que encarar isto como algo temporário. Para os atletas que ganham mais é suportável. Para os que ganham menos, para os que ganham 1.000 euros é como os enfermeiros: se passarem a ganhar 500, mais difícil é viver", considera, em declarações a Bola Branca.

Férias impostas aos jogadores podem ter "impacto positivo"

Um mês depois da última jornada do campeonato, os clubes começam a optar por dar férias aos jogadores. Depois da fase dos treinos em casa, os atletas são libertados para férias por períodos que dependem da evolução da pandemia.

Os dias de férias serão subtraídos ao período de intervalo entre o fim desta época e o início da próxima. Esta fórmula foi já adotada pelo Benfica. O Sporting também já tinha antecipado férias aos jogadores que passam a manter forma física mas sem um horário rígido. No FC Porto, os jogadores mantêm o trabalho físico por enquanto com as mesmas recomendações.

Todavia, os clubes que também estão a cortar nos salários devido à quebra nas receitas começam a libertar os jogadores para férias porque, no melhor dos cenários, as competições nunca regressam antes do último fim de semana de maio.

"Acho que o impacto (destas férias) é positivo. Saíram do registo de estar sempre com o radar ligado. A expressão 'férias' para a alta competição é sempre muito relativa, porque não podem ir para as Maldivas nem às terras de onde são naturais. Mas é claro que com este período forçado de férias, sentem alguma angústia", analisa Jorge Sequeira, psicólogo especializado em “team building” e motivação.

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