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​Bispo do Funchal. Crise pandémica é “oportunidade para pensarmos outra sociedade”

07 abr, 2020 - 06:00 • Henrique Cunha

Em entrevista à Renascença, D. Nuno Brás alerta que o futuro próximo vai ser “muita pobreza e muita dificuldade” numa região que depende do turismo.

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O bispo do Funchal acredita que a crise pandémica irá provocar uma alteração profunda na sociedade e antevê uma “alteração enorme na cultura madeirense”. Em entrevista à Renascença, D. Nuno Brás lembra, por exemplo, que muitas das habituais festas do arquipélago serão suspensas porque “vai haver problemas financeiros”.

“Os recursos que havia para todas estas festas hão de ser canalizados agora para sobrevivência das pessoas e para uma vida minimamente digna”, sublinha.

Na opinião do bispo do Funchal, a crise provocada pela pandemia de Covid-19 “vai significar uma alteração enorme na cultura madeirense”.

D. Nuno Brás acredita que “esta é também uma oportunidade muito grande para pensarmos e para sonharmos uma outra sociedade, um outro mundo; onde tantos dos problemas que havia no mundo que conhecíamos, há um mês ou dois meses, possam deixar de existir”.

"Muita pobreza, muita dificuldade"


O bispo admite um aumento da pobreza no arquipélago, até porque “60% da ilha vive do turismo” e “os turistas desapareceram de um dia para o outro”.

O novo cenário vai significar “muita pobreza, vai significar muita dificuldade”, pois “mesmo que retomemos aos poucos, será sempre muito difícil retomarmos o ritmo de turismo que tínhamos antes de todo este problema”. Portanto, “isso vai necessariamente redundar em muitas dificuldades seja para os empregadores, seja para os funcionários", refere D. Nuno Brás.

Para ajudar a combater as consequências da crise, o bispo do Funchal diz que as instituições sociais e paroquiais irão dizer presente. D. Nuno assegura que "as instituições que de uma forma ou de outra estão ligadas à Igreja, sejam as misericórdias, sejam os centros sociais paroquiais obviamente que estarão presentes”, pois “este é um momento para se dar as mãos e fazer desaparecer as pequenas diferenças”.

Para esta Páscoa, D. Nuno Brás apela ao cumprimento das indicações das autoridades e sugere que se possa “de viver a Páscoa como Páscoa, sem esquecer que o Senhor ressuscitou, ressuscitou para nos dar a vida”.

“Não podemos deixar que um vírus qualquer invisível nos perturbe esta alegria pascal”, refere D. Nuno Brás, que conclui: “havemos de a viver sempre com todo o entusiasmo como cristãos".

A RTP Madeira mobilizou-se para transmitir as celebrações do Tríduo pascal, a partir da Sé do Funchal, com exceção da vigília pascal.

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