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Covid-19. Universidade de Évora vai realizar “300 testes por dia”

06 abr, 2020 - 13:10 • Rosário Silva

A academia alentejana quer “dar um contributo direto para ajudar na mitigação desta pandemia”. Por isso, empresta ao projeto, professores e investigadores “altamente qualificados” de várias áreas, entre as quais a biologia molecular.

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Para aumentar a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Saúde (SNS), a Universidade de Évora (UÉ) vai efetuar testes à covid-19.

A academia anuncia a realização de “até 300 testes por dia para apoiar, por um lado, o hospital do Espírito Santo, em Évora, e por outro, instituições de apoio a idosos da região”, envolvendo várias unidades de investigação da UÉ, assim como a Escola de Enfermagem São João de Deus, que vai executar a recolha das amostras.

“É dever de toda a comunidade colaborar, sendo que a Universidade de Évora dispõe de recursos humanos altamente qualificados para a realização dos testes, uma vez que é uma metodologia de Biologia Molecular, transversal a várias áreas científicas”, explica Maria do Rosário Félix, investigadora responsável do Laboratório de Virologia Vegetal (LVV).

É, de resto, no LVV do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) que as amostras vão ser testadas, chegando a este local, “já com as partículas virais inativadas, pelo que a equipa da UÉ trabalhará com o material genético, minimizando assim a manipulação das partículas virais ativas e evitando riscos de contaminação”, informa a instituição, numa nota enviada à Renascença.

Vão ser utilizados Kits para a “extração do RNA viral”, sendo usadas, para o efeito “metodologias propostas pelo Instituto de Medicina Molecular (IMM) e validadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)”, é sublinhado.

A investigadora assegura que a equipa da UÉ está “altamente motivada e empenhada em fazer o seu melhor”, pretendendo “dar um contributo direto para ajudar na mitigação desta pandemia, apoiando no que é, neste momento, um dos maiores constrangimentos dos laboratórios públicos e privados”.

Maria do Rosário Félix sublinha, ainda, que o laboratório que dirige “está dotado de muito do equipamento necessário à realização dos testes a partir do material genético, daí a sua adaptação ser mais simples e rápida do que em outro qualquer laboratório”.

Envolvidos na realização dos testes vão estar professores e investigadores da UÉ do Laboratório de Biologia Molecular, Laboratório de Microbiologia do Solo e Laboratório de Virologia Vegetal do MED, do Departamento de Fitotecnia e do Departamento de Química da Escola de Ciências e Tecnologia e do Laboratório HERCULES.

Trata-se de uma operação que envolve um investimento na ordem dos quarenta mil euros, uma vez que é necessário adaptar e reforçar o LVV. A instituição assegura o financiamento, com o mecenato cientifico de uma instituição bancária.

Este reforço da capacidade de realizar testes de diagnóstico resulta da coordenação entre a UÉ, o Hospital do Espírito Santo (HESE) e a Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA) para, em conjunto, aumentar a capacidade de resposta da região e, assim, garantir uma maior cobertura da população.

O Governo iniciou, no final de março, uma operação de testes de despiste da covid-19, em todos os lares de idosos de vários concelhos do país, entre os quais o de Évora.

“A UÉ pretende ser, cada vez mais, um agente proactivo e interveniente”, daí o contributo, “dentro das suas competências científicas e técnicas”, para ajudar a diminuir a “limitada capacidade de realização de testes à covid-19, um dos maiores problemas que se coloca às autoridades de saúde”, certifica a academia alentejana.

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