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​Bispo de Leiria-Fátima quer que isolamento seja tempo de redescoberta do essencial

02 abr, 2020 - 21:38 • Teresa Paula Costa

D. António Marto recorda os fiéis que a Pascoa, este ano, é para ser vivida em casa.

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O cardeal D. António Marto publicou esta quinta-feira uma nota pastoral em que apela a que a atual crise provocada pela pandemia de Covid – 19, “mais do que uma nuvem escura e ameaçadora”, seja uma oportunidade para “redescobrirmos o que é essencial à nossa vida e convivência”.

Nesse sentido, como “não é possível celebrar o mistério da Páscoa nas igrejas com assembleias de fiéis”, o bispo da diocese de Leiria-Fátima convida as pessoas a “celebrá-lo em casa, nas comunidades familiares”, apresentando o episódio dos discípulos de Emaús como fonte de inspiração para viver esta Páscoa.

Apelando a que “não apaguemos a mecha que ainda fumega, que nunca adoece”, o cardeal apresenta propostas para a quadra ser passada em família. D. António Marto convida a envolver todos os elementos do agregado familiar, desde os mais novos aos mais velhos e, para isso, sugere o recurso aos materiais que são apresentados na página da diocese dedicada ao assunto.

O bispo de Leiria-Fátima pede para que, nas orações, não sejam esquecidos “quantos estão em sofrimento por serem vítimas da pandemia ou preocupados no esgotante trabalho para a combater e cuidar dos doentes”.

Participar nas celebrações transmitidas pela televisão, rádio ou redes sociais, são outras propostas avançadas por D. António Marto, que exorta os fiéis a acompanharem “fervorosamente com respostas, gestos e cânticos como se faz na igreja”.

A esse propósito informa que “as celebrações na Sé, presididas pelo bispo e sem a assembleia de fiéis, serão transmitidas pelo canal youtube da Diocese: na Quinta-feira Santa, às 18h00, missa da Ceia do Senhor; na Sexta-feira Santa, às 15h00, celebração da Paixão do Senhor; no Sábado Santo, às 22h00, a vigília pascal. No Domingo de Páscoa, às 10h30, a missa será transmitida a partir da casa episcopal”.

Outra alternativa indicada por D. António Marto é preparar e fazer juntos a própria celebração doméstica, utilizando as propostas do departamento diocesano de Pastoral Litúrgica.

Sugestões para uma Páscoa em família

Sugerindo a realização de um ato de reconciliação em família e uma catequese sobre o sentido da Páscoa dirigido às crianças e adolescentes, o prelado aponta ainda alguns gestos que os fiéis podem executar ao longo da semana, como “no domingo de ramos preparar um ramo e enfeitar o crucifixo com verduras, na quinta-feira santa, fazer o jantar com a mesa bem enfeitada e a evocação da última ceia de Jesus com orações e leituras; na sexta-feira santa, fazer a via-sacra dos adolescentes; no sábado santo, a vigília pascal pode ser marcada pela leitura do relato da ressurreição e, no domingo de Páscoa podem enfeitar com flores a cruz existente na casa ou fazer uma e pô-la no jardim com uma faixa de tecido branco”.

Nesta carta pastoral, são também dadas indicações às comunidades paroquiais. D. António Marto pede que as celebrações e os respetivos horários sejam anunciados para que os fiéis participem em casa, se recorra ao som dos sinos e se coloque a cruz no adro da igreja ou noutro lugar público apropriado, enfeitada com ramos verdes.

Quanto à tradicional bênção pascal, o cardeal refere que “onde for oportuno, revestido de alva e estola branca, o sacerdote poderá sair da igreja e abençoar, da rua, as casas com a água benta da vigília. O ato pode repetir-se em outros dias e lugares, sempre sem prejuízo das recomendações das autoridades de saúde para este tempo de pandemia”.

Por fim, nesta nota pastoral, D. António Marto pede que a celebração pascal não se manifeste apenas nos ritos e nos gestos, mas que também se exprima “no amor ao próximo e na irradiação da alegria que o encontro com o Senhor ressuscitado faz brotar nos nossos corações”.

Defendendo que “é importante prestar atenção àqueles que estão perto de nós, sós, tristes, em luto e necessitados de ajuda”, o cardeal pede para ir ao encontro dessas pessoas “por telefone ou outro meio” e “se for preciso, ir levar-lhes os bens de que carecem” porque “a caridade em favor dos pobres e de quem sofre tem que permanecer sempre, ainda que no respeito pelas regras de higiene e saúde pública”.

“A saudação e conversa com os vizinhos e o uso dos meios de comunicação permitem-nos levar a outros a alegria pascal, que alivia e enche de confiança nos tempos difíceis que vivemos”, termina D. António Marto, na esperança de que “possamos reencontrar-nos, celebrar juntos e cantar a nossa alegria porque o Senhor nos salvou e está vivo no meio de nós”.

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