Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Covid-19. ​Espanha deve manter confinamento até início de maio

01 abr, 2020 - 20:59 • José Bastos

Com 9.053 mortos e 102.136 contágios e uma taxa de letalidade invulgarmente alta: 8,86%, o país vizinho não contempla aliviar as restrições nas próximas semanas.

A+ / A-

Veja também:


É cada vez mais provável que o confinamento dos espanhóis às suas residências, para evitar contágios em massa do coronavírus Covid-19, possa durar até aos primeiros dias de maio.

O governo pretenderá alcançar dois alvos com esta possível decisão que prolongará o estado de emergência que expira a 12 de abril: por um lado, evitar que quando finalizar esse prazo os infetados voltem a contagiar outras pessoas saudáveis e que a propagação do vírus continue até ao verão.

Por outro lado, visa impedir a tentação de que o estado de exceção termine antes da ‘ponte de maio’ com feriados e fins de semana no calendário propícios a deslocações de milhares do género de férias ou recreativas, ampliando o contágio em áreas de baixa incidência da pandemia.

Analistas das tradicionais tertúlias de debate da televisão e rádio espanholas citam fontes da Moncloa admitindo como provável o levantamento das restrições mais duras para a semana de segunda, 4 de maio, ou limitação de deslocações no caso do estado de emergência expirar alguns dias antes.

A ser assim, o primeiro-ministro Pedro Sánchez teria de comparecer formalmente no Congresso dos Deputados, o parlamento espanhol, para que os vários grupos parlamentares aprovem o prolongamento do estado de emergência que, entre outras medidas restritivas, permitem confinar os cidadãos às suas casas.

Apesar do sentido - aparentemente positivo - de que a pandemia pode começar a mitigar-se nas próximas semanas, inscrito nos relatórios de especialistas de saúde pública em posse do governo espanhol, teme-se na Moncloa que essa possibilidade aumente o grau de confiança da população repetindo, de novo, um quadro de infeções em massa.

Por isso, o governo Sánchez defende que as atividades escolares e todas as que implicam a concentração de números elevados de pessoas, bem como os transportes para a deslocação a centros escolares ou laborais, devem continuar a ser alvo de apertadas restrições.

Aliviar medidas?

Em todo o caso, os tertulianos não deixam de contemplar nas diversas análises a possibilidade do governo aliviar até maio algumas medidas ligadas ao tecido económico, como as que esta semana implicaram proibir “os serviços não essenciais” do universo do trabalho.

As autoridades de saúde pública estão também a copiar medidas aplicadas em dois dos países mais afetados com o surto de Covid-19 como a China ou a Itália. No caso chinês, províncias como Hubei e a cidade de Wuhan estiveram com a população confinada durante mês e meio e as regiões do norte de Itália vão continuar com a quarentena atingindo os dois meses de duração.

Em Itália vai ser permitido agora que as crianças possam sair das residências e passear durante alguns minutos pelas ruas e de maneira individual, acompanhadas por algum dos pais ou tutores. Assim, em Espanha parece claro que as medidas de controlo de movimentos dos cidadãos vão ser aplicadas ao longo de todo o mês de abril, por receio de que os contágios sejam ainda significativos.

De acordo com os últimos dados oficiais do Ministério da Saúde nesta quarta, 1 de abril, há 9.053 mortos e 102.136 contágios. Em redução está o número de novos infetados e as mortes a cada ciclo de 24 horas. Mas a taxa de letalidade continua a ser invulgarmente alta: 8,86%.

Em Espanha calcula-se haver 4.627 camas em UCI, unidades de cuidados intensivos, muito menos que as necessárias neste momento de saturação dos hospitais. Também só há 2.800 ventiladores hospitalares um número dramaticamente escasso para as enormes exigências do momento.

Coronavírus na Europa

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+