31 mar, 2020 - 18:25 • Olímpia Mairos
Veja também:
A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes vai criar uma bolsa de cerca de um milhão de euros para combater os efeitos da Covid-19 no território.
“A principal prioridade é traçar um plano dirigido especialmente aos utentes e funcionários dos lares da região”, adianta a CIM em comunicado.
Os autarcas que integram a comunidade constatam que apesar das medidas anunciadas, recentemente pelo Governo, “as Terras de Trás-os-Montes não foram contempladas nesta primeira fase do plano” e já solicitaram “esclarecimentos sobre as medidas que vão ser adotadas, prazos previstos para tal e demonstrando total disponibilidade para colaborar no processo”.
“A CIM está disponível para apoiar financeiramente a realização de testes aos idosos institucionalizados e aos seus cuidadores, contribuindo assim para evitar a propagação de casos nos lares de terceira idade, apostando no isolamento e acompanhamento dos casos positivos, assegurando também as respostas necessárias aos negativos”, faz saber a entidade que congrega os municípios.
A medida é considerada como “fulcral para evitar a replicação de situações já vividas noutras zonas do país” e acautelar a “falência” das respostas aos idosos institucionalizados, provocada também pela escassez de recursos humanos que, dia após dias, com o avançar dos números da pandemia, são colocados em “quarentena obrigatória”.
“Esta é também uma forma de diminuir a pressão sobre os hospitais, contribuindo simultaneamente para salvar vidas”, acrescenta a comunidade intermunicipal em comunicado.
O plano de ação da CIM Terras de Trás-os-Montes passará pela “aquisição dos testes, definição de locais para acolhimento das pessoas, reforço do projeto da bolsa de voluntários e possível recrutamento de profissionais com formação específica na área”.
Os autarcas dos nove municípios que integram a CIM das Terras de Trás-os-Montes reivindicam a instalação de um Centro de Diagnóstico para a Covid-19 e falam em “discriminação negativa e marginalização de um território que, pelas características da sua população, é muito vulnerável a esta pandemia”.
A CIM das Terras de Trás-os-Montes insurge-se ainda contra a suspensão da quarentena obrigatória para os emigrantes que entram nas Terras de Trás-os-Montes.
“A CIM não entende a suspensão da medida, principalmente numa altura em que o país está em estado de emergência e exige a sua reposição, alargando-a a todos os migrantes” e reivindica “um controlo mais apertado nas fronteiras, nomeadamente a nível sanitário”.
A entrada de pessoas vindas de países ou outras regiões com altos índices de contaminação preocupa a CIM das Terras de Trás-os-Montes, que apela “ao civismo e bom senso dos emigrantes para que cumpram voluntariamente a quarentena profilática, protegendo-se e protegendo toda a comunidade” e relembra que “a liberdade individual termina quando começa a do outro.”