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Coronavírus

Presidente do Feirense doa primeiras 600 viseiras de proteção a profissionais de saúde

31 mar, 2020 - 17:00 • José Pedro Pinto

Rodrigo Nunes, empresário do setor do calçado, desenvolveu molde em parceria com a Escola Superior de Espinho. Fábrica do presidente do Feirense produziu 1.000 viseiras só no último fim-de-semana.

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Quantas vezes não se criticou o "olho" do comum dos empresários para o negócio, para o lucro? Pois bem, de Santa Maria da Feira chega o outro lado da moeda. O lado da solidariedade.

Rodrigo Nunes, presidente do Feirense e líder de uma empresa de moldes para o setor do calçado acaba de iniciar a produção em série de viseiras de proteção destinadas a profissionais de saúde. O molde, especialidade da fábrica de Rodrigo Nunes, foi desenvolvido em parceria com a Escola Superior de Espinho.

Mas quanto custam as viseiras? Nada. Pelo menos para quem as receber, como doação, como oferta. E as primeiras 600, após um fim-de-semana de intensa produção, já começaram a chegar à frente da batalha contra a Covid-19 em Santa Maria da Feira, Espinho e até no Porto.

"A ideia foi oferecer estas viseiras a todas as entidades dos concelhos de Santa Maria da Feira e Espinho", começa por contar o presidente do Feirense, em entrevista a Bola Branca.

"Já entreguei ao Hospital de São Sebastião cerca de 250 e outras 200 a IPSS's da Feira e mais 100 aos bombeiros. Temos tido contactos de várias entidades. Um médico amigo do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto ligou-me e também já lhe vou fazer chegar 60 viseiras. Só no último fim-de-semana produzimos 1000 para distribuir por estas entidades todas", elenca.

O lado desportivo: salários sem cortes para já e o desejo de lutar pelo regresso à Primeira Liga


Ora, se "quem corre por gosto não cansa", Rodrigo Nunes divide o agitado dia-a-dia em tempos de coronavírus entre as causas sociais e o Clube Desportivo Feirense.

A gestão do futebol está entregue a uma SAD mas o histórico presidente do clube, já no seu oitavo mandato, pretende agarrar-se à fama e ao proveito de dirigir um clube tradicionalmente cumpridor com as suas obrigações e sem dívidas.

O mesmo é dizer, numa altura em que começa a parecer inevitável avançar para cortes salariais aos jogadores, que o emblema fogaceiro pagará tudo "a tempo e horas". O futuro será gerido consoante o contexto.

"Não vamos falhar com os compromissos que temos. Se vamos ou não reduzir salários com acordo dos jogadores? Isso será pensado mais à frente, a médio-prazo. Não sabemos quando é que isto vai acabar. Se isto acabasse até final de abril não haveria essa necessidade. Mas não sabemos se vai ou não haver mais campeonato. Só a competição é que faz com que os clubes tenham receitas. Se acabar já, as receitas serão menores e teremos de repensar esta situação mas sempre com acordo dos atletas do Feirense", assegura Rodrigo Nunes.

Sendo igualmente certo que, em primeiro lugar, está o combate contra "este problema de saúde", Rodrigo Nunes não deixa de abordar os cenários que estão já em cima da mesa quanto ao que resta da temporada.

Retomar as competições, dentro do calendário possível é o desejo do Feirense, equipa que atravessava o melhor momento da temporada e que se preparava para discutir com o Farense a segunda e última vaga de promoção à Primeira Liga.

"Há propostas mas não há ainda decisão. A que está mais ou menos pensada é não haver descidas e as subidas à Primeira Liga ficar já com os atuais primeiro e segundo classificados. Se o Feirense está em terceiro, se teve uma recuperação fantástica nos últimos dois meses, com nove vitórias consecutivas e se aproximou do Farense, tínhamos possibilidade de discutir a subida de divisão até ao último jogo. O ideal para o Feirense era que os campeonatos terminassem", conclui Rodrigo Nunes.

O Feirense é terceiro na Segunda Liga, a seis pontos do Farense e a oito do líder Nacional.

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