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Emmanuel Macron. Crise não será superada "sem uma forte solidariedade europeia"

28 mar, 2020 - 11:14

Macron responde através dos jornais "La Stampa", "La Repubblica" e "Corriere della Sera" ao bloqueio apresentado pela Holanda e pela Alemanha ao apoio de um plano de ajuda da União Europeia (UE) para enfrentar as repercussões económicas do coronavírus.

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O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a crise causada pelo novo coronavírus não pode ser superada "sem uma forte solidariedade europeia, em termos de saúde e orçamento", numa resposta a perguntas de três jornais italianos, hoje publicadas.

Macron respondia assim, através dos jornais "La Stampa", "La Repubblica" e "Corriere della Sera", ao bloqueio apresentado pela Holanda e pela Alemanha ao apoio de um plano de ajuda da União Europeia (UE) para enfrentar as repercussões económicas do coronavírus.

"Tal como Giuseppe Conte (primeiro-ministro italiano), eu não quero uma Europa com o menor denominador comum. O momento é histórico: a França lutará por uma Europa solidária, soberana e de futuro", acrescentou.

"A Europa deve estar orgulhosa e sentir-se forte, porque o é. Mas deve ir muito mais longe. É por isso que defendo a solidariedade orçamental na gestão da crise e das suas consequências", disse o líder francês.

Macron disse ainda que "alguns países estão a comportar-se como se Itália ou Espanha fossem responsáveis por isto, quando, pelo contrário, são as primeiras vítimas e este vírus não perdoa ninguém".

"O que me preocupa é a doença do 'todos pensam em si próprios' e se não estivermos unidos, Itália, Espanha e outros países poderão dizer, com razão, aos seus parceiros europeus: onde estavam vocês enquanto estávamos na frente? Eu não quero uma Europa egoísta e dividida", disse.

Questionado sobre porque ignorou os sinais de alerta da Itália sobre o coronavírus, Macron defendeu-se dizendo que abordou a crise "com seriedade e gravidade desde o princípio, quando começou na China".

"Em cada etapa segui três princípios essenciais: basear as nossas decisões em pareceres científicos, adaptar-me à evolução da crise, tomar medidas proporcionais. Tomámos as medidas mais fortes em França o mais cedo possível. Face a um número semelhante de casos, adotámos as medidas de restrição social alguns dias antes dos nossos parceiros europeus", afirmou.

Os próximos passos de Macron serão "antecipar e coordenar as medidas para sair da crise”, como indicado "na carta assinada por nove países e que foi entregue durante o Conselho Europeu de quinta-feira".

"É claro que estas medidas terão de ser adaptadas a cada país: não iremos pedir aos italianos nem aos franceses, que foram submetidos às medidas restritivas antes dos outros países europeus, que fiquem estagnados à espera dos outros. Mas se não trocarmos informações sobre essas medidas, se não as coordenarmos, teremos um problema político e de saúde", acrescentou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou cerca de 572 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 26.500.

Dos casos de infeção, pelo menos 124.400 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Comentários
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  • Helder Gonçalves
    28 mar, 2020 Alandroal 13:25
    Porque não divulgam os dados por concelho? Com tão poucas pessoas testadas, os possiveis contaminados são desconhecidos! Como se tem acesso a um teste?
  • Cidadao
    28 mar, 2020 Lisboa 13:11
    A França é um dos Países que pode iniciar reuniões de Estado para começar a preparar uma segunda UE, mas desta vez a sério. Ou no minimo a fazer aprovar legislação que acabe com a unanimidade em situações de emergência. A dita UE são 27 Países e são os 4 ricaços do costume, aqueles que fizeram fortunas e saíram reforçados da crise de 2008, muito à custa do Sul da Europa, que estão a bloquear tudo.

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