27 mar, 2020
Se, como todos desejamos, esta primeira vaga da Covid 19 puder ser controlada até Junho, põe-se a questão de saber o que se poderá esperar da recuperação económica a partir dessa altura. A questão central será obviamente a da definição das políticas que irão ser essenciais para que essa recuperação possa existir.
Claro que tudo estará dependente da dimensão das restrições ao agrupamento e à circulação de pessoas que se irão manter para precaver uma segunda vaga da pandemia. Mas se houver, como se espera, margem para um afrouxamento dessas restrições, grande parte dos sectores de actividade poderá recuperar, desde que a políticas agora anunciadas sejam implementadas até lá sem burocracias exageradas. Burocracias que, na maior parte das vezes, mais não são do que formas propositadas de reduzir a despesa pública fingindo que a culpa é dos privados. Espero bem que as autoridades estejam cientes que a nossa situação não se compadece com este jogo do faz-que-anda-mas-não-anda para fingir que o Estado apoia o que faz possível para não apoiar. Não é a altura de espertezas saloias mesmo que elas tenham uma larga tradição no País.
Mas há um sector que não poderá esperar grande recuperação tão cedo, por razões óbvias. É o sector do turismo estrangeiro (o nacional, apesar de tudo terá melhores possibilidades de aguentar as restrições, admitidamente de menor severidade, que se mantiverem) e das actividades que lhe estão associadas (transporte aéreo, comércio e outros serviços destinado a turistas, etc.).
O problema do turismo estrangeiro será particularmente grave no Algarve e na Madeira sem esquecer outras situações como sejam a das cidades de Lisboa e do Porto.
Por isso, parece importante começar a preparar desde já planos de emergência para elencar as actuações da política económica que irão ser necessárias a partir de Junho nas regiões que mais dependem do turismo estrangeiro. No caso da Madeira e do Algarve, cada uma destas regiões tem a sua Universidade, capacíssimas, ambas, de preparar um plano destes sob a orientação das autoridades e em diálogo com os parceiros sociais da região.
Tal como no futebol, a antecipação, aqui, faz a diferença.