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Boticas

​“Muito irresponsável. Emigrantes, e não só, estão a furar quarentena”

23 mar, 2020 - 13:45 • Olímpia Mairos

O presidente da Câmara de Boticas denuncia que “andam por aí pessoas aos magotes, a conversar, vão para casa de um, para casa de outro, e é isto”.

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São vários os relatos que estão a chegar à Renascença de emigrantes que não estão a cumprir a quarentena obrigatória.

“É vê-los em grupos às compras, sem o mínimo de cuidado”, afirma António Alves. Este habitante de Chaves mostra-se indignado e defende “mão severa por parte das autoridades”.

Também Carlos Costa denúncia a “irresponsabilidade de emigrantes que se passeiam na aldeia e andam de casa em casa”. “Já liguei para a GNR, a quem pedi que viesse verificar e por ordem nisto”, diz este jovem de uma aldeia de Valpaços.

Em declarações à Renascença, o presidente da Câmara de Boticas dá conta de “gente muito irresponsável. Não só os emigrantes, mas pessoas do território nacional a visitar Boticas”.

“Eu tenho gente que veio de Lousada e do Porto, que mais parece que vieram passar férias, fecharam os trabalhos, fecharam as escolas e vieram de férias mais cedo. E é isto que me está a preocupar, porque andam pura e simplesmente a espanar-se aí, pelas aldeias”, refere o autarca.

Em todas as aldeias do concelho fecharam os cafés, mas, mesmo assim, diz Fernando Queiroga, “andam por aí pessoas aos magotes, põem-se a conversar, vão para casa de um, para casa de outro e é isto”.

Os presidentes de juntas de freguesias têm andado a fazer sensibilização e vários casos de incumprimento foram reportados via Centro Distrital de Operações de Socorro de Vila Real, à GNR.

“A GNR tem falado com as pessoas e tem proibido, mas não chegamos a todo o lado e é aqui que os presidentes de junta têm tido um papel fundamental”, acrescenta o autarca, frisando que a população residente “está a cumprir e está a colaborar com este desiderato que é de todos, tem colaborado na identificação de quem não está a cumprir”.

O presidente da autarquia de Boticas afirma que “felizmente os dois casos que estavam em observação deram negativo” e que “até à data, não há nenhum caso nem que esteja em suspeita nem que esteja confirmado”.

“Como temos um concelho com a idade que tem, se cai aqui, dizima metade do concelho e esta é a minha grande preocupação”, salienta o autarca.

Para esta tarde está marcada uma reunião da Comissão Distrital da Proteção Civil e o presidente da Câmara de Boticas espera que seja ativado o plano de emergência distrital.

O autarca defende ainda que a ARS, como tem referenciadas as pessoas que aguardam pelos resultados dos testes realizados, forneça esses nomes às autoridades locais para que se confirme se estão em isolamento profilático.

“Por exemplo, uma pessoa vai fazer o teste, está a aguardar o resultado, mas vai para casa. Eu não sei se está a fazer o isolamento, ninguém sabe e eles recusam-se a dar os nomes com base na lei da proteção de dados”, explica Fernando Queiroga.

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  • Pinto
    24 mar, 2020 Porto 17:14
    Isto é ridiculo tanta gente que conheço estão a trabalhar em Espanha vão e vem todos 8 dias com familiares com problemas de saúde com pessoas idosas e ninguém os faz parar o que e isto só tem uma palavra criminosos. Onde está a autoridade.Nas padarias é para ir comprar o pão e não para estar a tomar café a comer o seu bolinho e que se assim for então os donos dos cafés também o pode fazer.

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