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​Governo cria equipa multidisciplinar de apoio a lares. Forças Armadas podem ajudar

23 mar, 2020 - 18:12 • Lusa

Os anúncios foram feitos pela Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, no final de uma reunião com a comissão permanente do setor social.

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O Governo anunciou esta segunda-feira a criação de uma equipa multidisciplinar de acompanhamento permanente dos lares que pode ser chamada em caso de emergência, enquanto as Forças Armadas podem ajudar na higienização de lares.

Os anúncios foram feitos pela Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, no final de uma reunião com a comissão permanente do setor social, para tentar controlar a disseminação do novo coronavírus, em especial nos lares de idosos que nos últimos dias registou vários casos de doentes com covid-19, a doença provocada pelo coronavírus.

Esta é a segunda reunião a realizar-se nas últimas três semanas entre entidades do setor social para encontrar medidas para controlar a pandemia, que já matou 23 pessoas em Portugal.

No final do encontro e em declarações aos jornalistas, Ana Mendes Godinho lembrou que “as Forças Armadas têm sido um parceiro essencial”.

Além de irem participar num “programa de sensibilização dos lares sobre formas de agir”, que será lançado em breve, “em algumas situações, as Forças Armadas poderão ajudar em alguma situação que seja preciso fazer a higienização”.

As Forças Armadas também estão preparadas para atuar no caso de haver carência de voluntários que atualmente dão apoio à população sem-abrigo, acrescentou a ministra, referindo-se nomeadamente à distribuição de comida.

Nos últimos dias, vários responsáveis por lares denunciaram problemas na tentativa de controlar a disseminação do vírus, desde a inexistência de materiais de proteção para os funcionários, como luvas ou máscaras, até à dificuldade em aceder à linha Saúde 24 para despistagem de casos.

Desde que o novo coronavírus surgiu, em dezembro do ano passado, que se sabe que os idosos são o principal grupo de risco da doença.

A ministra recordou que no final da semana passada foi pedido às instituições que fizessem um levantamento das suas necessidades e que hoje na reunião esse foi um dos temas analisados.

A falta de meios humanos é um dos problemas apontados pela União das Misericórdias Portuguesas e pela Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso.

Nos últimos dias houve várias notícias dando conta de lares que entraram em situação de rutura.

Para ajudar estas instituições, o Governo criou uma equipa de acompanhamento permanente das situações que garante uma articulação entre a Direção-Geral da Saúde, Proteção Civil, Instituto de Segurança Social e autarquias e também o setor social “para dar resposta às situações que vão surgindo nos lares”, sublinhou a ministra.

Num lar, a percentagem de funcionários infetados com a Covid-19 fez com que apenas três pessoas estivessem disponíveis para tratar dos idosos, chamando a atenção para falhas nos Planos de Contingência, que deve prever equipas de prevenção preparadas para atuar em caso de necessidade.

No entanto, os representantes do setor social lembraram que existem lares onde essa é uma medida impossível de pôr em prática.

Hoje também a ministra Ana Mendes Godinho lembrou que “é fundamental que haja recursos humanos” que permitam alternar equipas e sublinhou a importância de recorrer a voluntários ou pedir ajuda à nova equipa de acompanhamento permanente.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral de Saúde.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de quinta-feira e até às 23h59 de 02 de abril.

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  • Maria Sílvia Rodrigues de Moura
    24 mar, 2020 BRAGA 15:45
    Há lares em que os encarregados/as andam com a roupa com que saem de casa. Não é obrigatório, nesta ocasião, andarem com batas desinfectadas? Estas Instituições podem ter alguns utentes sem problemas, mas a maioria é capaz de ter a saúde bastante debilitada. Não existe fiscalização?

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