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Jogos Olímpicos. Canadá não vai enviar atletas, Austrália quer adiamento

23 mar, 2020 - 08:33 • Lusa

O Comité Olímpico Internacional (COI) vai deliberar num período de quatro semanas sobre a realização dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, devido à pandemia de Covid-19, com o adiamento na agenda, mas não o cancelamento, revelou hoje o organismo.

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O Canadá anunciou que não vai enviar atletas aos Jogos Olímpicos de Tóquio e exigiu o adiamento do evento, devido à pandemia da Covid-19. Os Comités Olímpico e Paralímpico do Canadá (COC e CPC, respetivamente) disseram ter "tomado a difícil decisão de não enviar equipas" a Tóquio2020, de acordo com um comunicado conjunto.

"O COC e o CPC pedem insistentemente ao Comité Olímpico Internacional, ao Comité Paralímpico Internacional e à Organização Mundial da Saúde para adiarem os Jogos por um ano", indicaram os dois comités, apoiados pelas comissões de atletas, pelas organizações desportivas canadianas e pelo Governo do Canadá.

O Canadá é assim o primeiro país a tomar a decisão de não enviar atletas para Tóquio, caso os Jogos Olímpicos decorram como previsto, entre 24 de julho e 9 de agosto. Também o Comité Olímpico da Austrália (COA) considerou "ser claro" que Tóquio2020 não pode decorrer na data prevista e pediu aos seus atletas que se preparem para 2021.

"É claro que os Jogos não podem realizar-se em julho", declarou o vice-presidente do COA e chefe da missão para Tóquio2020, após uma reunião do comité australiano. Para Ian Chesterman, o adiamento do evento para o verão do próximo ano permitirá "aos atletas de todo o mundo prepararem-se corretamente na esperança de que a pandemia da Covid-19 esteja então sob controlo".

"Estamos cientes das dificuldades que um adiamento causará para muitos. Mas quando o mundo se voltar a encontrar, os Jogos Olímpicos de Tóquio poderão ser uma verdadeira festa do desporto e da humanidade", destacou.

Primeiro-ministro do Japão pondera adiamento, mas não admite anulação

O primeiro-ministro japonês também admitiu, pela primeira vez, que a decisão de adiar o evento "poderá ser inevitável". Shinzo Abe garantiu que o país continuava empenhado em organizar os Jogos Olímpicos nas melhores condições, mas "se isso se tornar difícil, tendo em conta em primeiro lugar os atletas", a decisão de um adiamento "poderá ser inevitável".

Esta posição do chefe do Governo nipónico surgiu depois de, no domingo, o Comité Olímpico Internacional (COI) ter levantado a possibilidade de adiar o evento, depois de um prazo de quatro semanas para tomar uma decisão com todos os seus parceiros.

"A anulação não é uma possibilidade", insistiu Abe, retomando as declarações do presidente do COI Thomas Bach que, na véspera, tinha declarado que anular os Jogos seria "destruir o sonho olímpico".

Através de um comunicado, o presidente do COI, Thomas Bach, esclarece que estão vários cenários em discussão, contudo o cancelamento não é uma hipótese, apesar da rápida propagação do novo coronavírus pelo Mundo, que deixou os atletas sem condições para se preparem para o evento, previsto para se realizar entre 24 de julho e 09 de agosto.

“O COI, em cooperação com o Comité Organizador de Tóquio2020, as autoridades japonesas e o Governo Metropolitano de Tóquio, iniciará conversações detalhadas para concluir a avaliação da rápida evolução do panorama global da saúde e o seu impacto nos Jogos Olímpicos, incluindo a hipótese de adiamento. O cancelamento não está em agenda”, refere a nota.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

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