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Coronavírus. Governo acusado de esquecer famílias numerosas no pacote de apoios

22 mar, 2020 - 09:26 • Filipe d'Avillez

A Associação Portuguesa das Famílias Numerosas pede ao executivo apoios para garantir que os pais com três ou mais filhos possam estar os dois em casa numa altura em que as escolas estão fechadas.

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Em todo o país centenas de milhares de famílias habituam-se a uma nova realidade, em que pais e filhos se encontram em casa, todos os dias, a ter de trabalhar e estudar ao mesmo tempo, por vezes a partilhar computadores.

Algumas escolas mantêm-se abertas para filhos de pessoas consideradas indispensáveis para combater a pandemia, como bombeiros, elementos das forças de segurança e pessoal médico, mas há muitos outros profissionais que continuam a trabalhar fora de casa enquanto um elemento do casal está em casa com os filhos.

Quando os filhos são muitos, a situação pode tornar-se complicada, sobretudo quando o progenitor em casa está também em regime de teletrabalho.

É para estes casos que a Associação Portuguesa das Famílias Numerosas (APFN) exige mais atenção do Governo, como explica Rita Mendes Correia, presidente da direção.

“Existem lacunas na legislação que agora foi publicada e verifica-se uma vez mais que a realidade das famílias numerosas não foi tida em consideração. Não foi pensada uma solução que servisse às famílias numerosas. É de facto uma sobrecarga muito grande para um pai ou uma mãe trabalhar a partir de casa com todos estes encargos”, diz.

A solução, adianta, passaria por permitir que nos casos das famílias numerosas fosse possível uma dispensa do trabalho para poder ajudar em casa com os filhos. “Tem de partir do Estado permitir essa possibilidade às empresas, apoiando-as.”

“Nunca estamos a falar de um universo muito grande, mas nunca são contempladas essas situações. E claro que custam dinheiro, mas não custam esse dinheiro todo que se apregoa, porque são poucos.”

A APFN tem uma equipa jurídica que tem estado a prestar apoio às famílias associadas que a solicitam nesta fase de emergência no combate ao coronavírus. A próxima fase, diz Rita Mendes Correia, é solicitar ao Governo uma alteração na lei.

“Estamos a preparar uma informação para enviar para os partidos e para o Governo, estamos a recolher informação e vamos agora publicar e pedir ao Governo que seja atendida esta situação”, explica.

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