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Coronavírus. BCE aprova compras de ativos de 750 mil milhões para estimular a economia

19 mar, 2020 - 01:25 • Lusa

Além de medidas de política monetária, os mercados aguardam pelas respostas orçamentais que os países darão para atenuar o choque da pandemia e evitar a recessão na zona euro.

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O Banco Central Europeu (BCE) aprovou esta quarta-feira compras de ativos no valor de 750 mil milhões de euros para tentar conter as graves consequências económicas da Covid-19, foi hoje anunciado.

O Conselho de Governadores do BCE reuniu-se de emergência por telefone depois de a habitual reunião de política monetária da semana passada ter aprovado medidas, como compras adicionais este ano de 120 mil milhões de euros de dívida pública e privada, que não foram consideradas suficientemente ambiciosas.

Em comunicado, o banco central liderado por Christine Lagarde disse que o programa de compra de emergência por pandemia visa conter os "sérios riscos" para a sua política monetária da crise do novo coronavírus e que durará enquanto durar esta crise, mas que nunca acabará antes do final do ano.

As compras de dívida de países e de empresas privadas da zona euro serão flexíveis e não se distribuirão de forma regular nem no tempo e nem no espaço.

"Isto permite flutuações na distribuição do fluxo de compras no tempo, no tipo de ativos e entre jurisdições", segundo a informação à imprensa.

No âmbito deste programa, o BCE poderá também comprar dívida da Grécia, até agora excluída devido ao baixo 'rating', segundo a imprensa.

Estas medidas destinam-se a normalizar os fluxos financeiros e apoiar a economia da zona euro, que enfrenta um drástico abrandamento económico devido à doença Covid-19, com muitas empresas a serem forçadas a suspender as suas atividades e mesmo ameaçadas de falência e os trabalhadores com os empregos em causa.

As taxas de juro da dívida pública de países da zona euro têm subido dando conta dos receios dos mercados.

Comparando, entre março de 2015 e dezembro de 2018, o BCE comprou todos os meses ativos nos mercados financeiros para apoiar a zona euro, no valor total de 2,6 biliões de euros.

Frankfurt retomou as compras no final de 2019 no montante de 20 mil milhões de euros por mês, a que a semana passada adicionou mais 120 mil milhões de euros como primeira resposta à crise do novo coronavírus.

Então, Frankfurt disse ainda que faria "tudo o que fosse necessário no âmbito do mandato" para fazer face à crise, retomando uma expressão do ex-presidente do BCE Mário Draghi no pico da crise da dívida soberana em 2012, que contribuiu para resolver a crise e preservar o euro.

O anúncio desta quarta-feira do BCE segue-se ao da norte-americana Reserva Federal (Fed), esta segunda-feira, de que vai comprar 500 mil milhões de dólares de dívida soberana dos Estados Unidos e 200 mil milhões de dólares de títulos hipotecários.

Além de medidas de política monetária, os mercados aguardam pelas respostas orçamentais que os países darão para atenuar o choque da pandemia e evitar a recessão na zona euro.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

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  • Cidadao
    19 mar, 2020 Lisboa 13:32
    Uma boa altura para os "Euro Bonds" e se necessário, imitar a América: por as impressoras a imprimir dinheiro dia e noite e injetar dinheiro na Economia, por muito que isso desgoste a Alemanha e Amigos...

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