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Covid-19 com impacto "trágico" na cultura, diz ator Albano Jerónimo

16 mar, 2020 - 18:01 • Maria João Costa

Associação Teatro Nacional 21, dos atores Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu, prepara para o Dia Mundial do Teatro programação que poderá ver a partir do sofá de casa.

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“Estes tempos são novos e obrigam a uma reinvenção permanente”, diz-nos o ator Albano Jerónimo que anunciou hoje uma programação alternativa para celebrar o Dia Mundial do Teatro que decorrerá no próximo dia 27 de março. A associação que criou com a atriz Cláudia Lucas Chéu, a Teatro Nacional 21 vai emitir leituras de textos de dramaturgia portuguesa em streaming no site da companhia no Facebook.

Nesta conversa gravada com jornalista e entrevistado cada um em sua casa, no autoisolamento que os tempos Covid-19 exigem, Albano Jerónimo explica que decidiram “desafiar vinte e um artistas para lerem textos que a Teatro Nacional 21 levou a cena. É um trabalho que assenta na dramaturgia contemporânea portuguesa”. O ator acrescenta também que “a quem decidiu ficar em casa e fazer a quarentena de forma responsável” vão ainda oferecer outro conteúdo na noite de dia 27. Será a “apresentação caseira, unplugged, de um monologo do texto «Veneno» da Cláudia Lucas Chéu”.

Espetáculos à parte, Albano Jerónimo denuncia que “a cultura está a ter um momento absolutamente chocante” e dá o seu exemplo: “Já deveria estar a rodar um filme neste momento, outro filme a data de inicio foi adiada, uma série também; três espetáculos em digressão foram cancelados. Falando só de mim, estamos a falar de dois trabalhos de cinema, um de televisão e três espetáculos de teatro. Isto é muita coisa!”

Num sector onde ninguém arrisca ainda avançar valores do impacto económico da pandemia de Coronavírus, o ator mais uma vez recorre ao seu exemplo para explicar: “Nós não temos um rendimento, vivemos daquilo que fazemos de forma direta”. Como tal, conclui Albano Jerónimo, “as consequências são trágicas e bastante preocupantes” para a cultura.

Preocupados também com o público que é, nas palavras deste ator, “a base de todo o trabalho”, os agentes culturais tentam encontrar formas de garantir oferta cultural. “É um momento para colocarmos o foco na escrita em português. É uma forma de remetermos todo este trabalho para o nosso país, para este momento em que todos nós estamos e que implica uma educação permanente cívica, social, política, económica, cultural e de saúde” conclui Albano Jerónimo nesta entrevista à Renascença que poderá ouvir na sexta-feira no programa Ensaio Geral.

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