Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Coronavírus

Carlos ​Carvalhal isolado da família devido ao coronavírus

16 mar, 2020 - 10:24 • Lusa

Treinador do Rio Ave defende que o futebol português cumpriu a sua missão e reagiu com prontidão.

A+ / A-

Carlos Carvalhal, treinador do Rio Ave, está em isolamento, longe da família, devido à propagação do coronavírus em Portugal.

"Na minha família somos quatro, mas como tenho pessoas de risco, adotei tolerância mínima. Estou a dormir num apartamento cedido por um amigo, e não entro em minha casa. Vou para lá à hora do almoço, mas faço a refeição no exterior e a minha mulher e os meus filhos no interior. Uso pratos e talheres de plástico e só tenho contacto visual. Não posso facilitar", desabafa Carlos Carvalhal, em declarações à agência Lusa.

O treinador conta que lhe cabem as tarefas de fazer as compras para sua casa, mas também para os seus pais e para os sogros, e que os assuntos de trabalho no futebol não entram, por enquanto, nas rotinas.

"Não tenho tido tempo para coisas do futebol. Sou um grande consumidor de notícias, mas a minha energia está toda voltada para cuidar da minha família. Como sinto que não vamos treinar tão cedo, vou ter tempo para voltar a pensar no trabalho e em recuperar rotinas", garante.

Portugal foi rápido em suspender o campeonato

Carvalhal considera que o futebol português "cumpriu a sua missão de ajudar a alertar a sociedade para a gravidade da situação" do coronavírus.

"Em Itália, atrasaram-se um pouco, mas aqui em Portugal, também por ação dos capitães de equipa, conseguiu-se tomar uma decisão célere e justa, que não só travou o aglomerar de pessoas nos jogos de futebol, como também consciencializou as pessoas para o drama que vivemos", sublinha.

O treinador dos vila-condenses vinca que "o futebol é apenas uma das partes da vida que menos interessa em relação aos problemas de saúde", mas que conseguiu ser "um veículo de propaganda muito forte para transmitir uma mensagem de consciencialização".

Carvalhal entende "que as competições de futebol não vão recomeçar tão cedo" e partilhou o pedido feito aos seus jogadores do Rio Ave "para que cumpram as recomendações de recato social" e sigam medidas que o clube tinha imposto há algum tempo.

"Já há 15 dias que no Rio Ave antecipamos esta situação e limitamos o contacto físico e social no dia-a-dia. Adotamos comportamentos de prevenção, seguindo recomendações que só agora foram decretadas pelo Governo. Aliás, acho que o Rio Ave, e outros clubes, conseguiram antecipar a situação mais cedo do que o nosso sistema político", defende Carlos Carvalhal.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+