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PSD tem de crescer e só se cresce ao centro, diz Mota Pinto

11 mar, 2020 - 00:18 • Eunice Lourenço

Dirigente social-democrata avisa que portugueses não vão aceitar “alibis” para novos problemas nas finanças públicas.

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De manhã, o líder do CDS tinha defendido que é necessário uma liderança forte da direita e entendimentos para as eleições autárquicas, presidenciais e legislativas. Ao terminar o dia, Paulo Mota Pinto, presidente do Congresso do PSD, quis deixar bem claro que o que é preciso não é um chefe nem unidade, o que é preciso é o PSD crescer e crescer ao centro.

Ambos os dirigentes partidários discursaram na 2ª Convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), que decorre esta terça e quarta-feira em Lisboa e para a qual foram convidados dirigentes de todos os partidos à direita do PS.

Mota Pinto acredita que o seu partido vai voltar a ser governo e mais cedo do que muitos julgam. Mas, para isso tem de crescer ao centro, recusando situar o PSD na direita, como aliás tem recusado o líder do partido, Rui Rio.

“Não se trata de apresentar uma alternativa que seja uma alternativa de direita. Trata-se de uma alternativa ao atual espaço socialista, comunista e bloquista, mas que seja uma alternativa à direita desse espaço. Esse é nosso papel, o papel do maior partido da oposição. O PSD tem-se mantido e mantem-se firme na sua trajetória e proposta de alternativa e tem dito que dialoga e dialogará com todos a bem do interesse nacional”, afirmou o dirigente social-democrata, que fez o discurso de encerramento do primeiro dia da convenção.

“O problema, a meu ver, não é tanto da unidade desse espaço [à direita do PS], mas o de o fazer crescer, de tornar novamente maioritário o espaço político que pode oferecer soluções de desenvolvimento e bem-estar á direita do PS. A convergência, então, se isso acontecer acontecerá se e quando necessário e com o âmbito necessário”, disse Mota Pinto, deixando claro qual é o caminho para o crescimento: “O espaço político à direita do espaço socialista, comunista e bloquista só cresce se apelar com credibilidade ao eleitorado, sem ruturas que o assustem. E, portanto, só cresce ao centro.”

Na sua intervenção, o presidente do Congresso do PSD, também disse que os portugueses não aceitam desculpas nem alibis para novos descontrolos nas contas públicas. Sem se referir diretamente à epidemia de Covid-19, Mota Pinto lembrou que a alavanca da economia portuguesa são setores de “menor valor acrescentado”, como o turismo, hotelaria e restauração e esses são os primeiros a sofrer com uma recessão

“Sabemos que temos sempre de navegar num mar revolto com golpes de mar imprevisíveis que não podem ser antecipados. a questão, porém, é sempre de saber se e como estamos preparados, se nos preparamos para tal em períodos de bonança. Não queremos e os portugueses não aceitarão nem alibis, nem manobras de diversão”, avisou Paulo Mota Pinto, defendendo que “o país tem de estar resiliente para voltar a crescer e tem sobretudo de voltar a convergir com a União Europeia”.

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