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Coligação de países voluntários vai acolher crianças migrantes de campos gregos

Coligação de países voluntários vai acolher crianças migrantes de campos gregos

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09 mar, 2020 - 08:00 • Redação com agências

No total, até cerca de 1.500 menores podem recebidos na Europa.

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A Alemanha apela a uma coligação de boa vontade, a nível europeu, para que vários países voluntários recebam cerca de 1.500 crianças migrantes atualmente em campos nas ilhas gregas.

“Um solução humanitária está a ser negociada a nível europeu para que uma coligação de voluntários recebam essas crianças”, revelou Governo alemão em comunicado, sem especificar os nomes dos países envolvidos.

Berlim diz-se pronto a acolher uma parte destes menores.

“São crianças que, devido a uma doença precisam urgentemente de cuidados, ou crianças desacompanhadas com menos de 14 anos, a maioria meninas”, segundo o mesmo texto.

Este anúncio ocorre no dia em que o chefe de Estado turco é esperado em Bruxelas para conversar com autoridades da UE sobre a situação dos migrantes na fronteira turco-grega.

A Alemanha recebeu mais de um milhão de migrantes após a crise em 2015, que criou uma grande turbulência política no país e enfraqueceu Merkel e fez crescer a oposição, especialmente a extrema-direita.

Crianças lutam pela sobrevivência

“Os pontos de acesso da UE nas ilhas do Mar Egeu são totalmente inadequados e, em alguns casos, locais com risco de vida para crianças desacompanhadas”, alertou Stephanie Pope, responsável pela política e direito europeus na Refugee Rights Europe.

“Cada Estado-membro só precisa de aceitar um pequeno número de crianças desacompanhadas para acabar com a situação intolerável em que estes menores se encontram. Acreditamos que a UE pode fazer melhor.”

Mais de 1.800 crianças desacompanhadas lutam pela sobrevivência nas ilhas gregas, revelam as ONG. Estão privadas de direitos fundamentais, como acesso a abrigo, água, alimentos, assistência médica e cuidado psicológico, além de educação. Estão expostas a condições de vida desumanas e degradantes.

Muitas não conseguem garantir um lugar em acomodações especializadas para crianças desacompanhadas por falta de espaço e são forçadas a enfrentar condições insalubres e perigosas, com muitas dormindo ao ar livre.

Milhares de migrantes tentam atravessar a fronteira entre a Turquia e a Grécia desde que o presidente turco anunciou em 29 de fevereiro que havia deixado de respeitar um acordo de março de 2016 com a UE, no qual se previa a permanência de migrantes na Turquia, em troca de apoio financeiro europeu a Ancara.

Na quinta-feira, as autoridades gregas anunciaram que mais de 1.700 de migrantes chegaram às ilhas gregas, incluindo menores, além dos 38 mil já presentes, o que superlotou os campos de refugiados, em condições cada vez mais precárias.

A situação tensa despertou na Europa a memória da crise migratória de 2015.

No domingo, o presidente turco apelou à Grécia para que esta abra as fronteiras aos migrantes e os deixe passar para outros países da Europa, durante um discurso televisivo. "Ei, Grécia! Lanço-te um apelo, abre também as tuas portas e liberta-te desse fardo", disse Recep Tayyip Erdogan.

Num discurso televisivo citado pela agência de notícias France-Presse, o chefe de Estado turco apelou ao país vizinho que deixasse passar as pessoas "para outros países europeus".

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