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Football Leaks. Mais de uma centena de personalidades pede libertação de Rui Pinto

05 mar, 2020 - 13:06 • Lusa com Redação

O manifesto, que tem entre os subscritores os ex-ministros José Vera Jardim e Miguel Poiares Maduro, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, vários eurodeputados, o escritor José Eduardo Agualusa, jornalistas, advogados e antigos atletas, entre muitos outros, apela para o “fim da prisão preventiva” de Rui Pinto.

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Mais de uma centena de personalidades ligadas à política, ao desporto, à cultura, ao jornalismo e à educação pediram esta quinta-feira a libertação de Rui Pinto, que está na origem do Football Leaks e responsável pelas revelações do caso Luanda Leaks.

O manifesto, que tem entre os subscritores os ex-ministros José Vera Jardim e Miguel Poiares Maduro, a coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins, eurodeputados, o escritor José Eduardo Agualusa, humoristas, jornalistas, advogados e antigos atletas, entre outros, apela para o “fim da prisão preventiva” do jovem talento informático de Vila Nova de Gaia.

O abaixo-assinado diz que “o facto de Rui Pinto estar na origem de revelações de inequívoco interesse público que deram origem a investigações jornalísticas conduzidas por consórcios internacionais, como o Football Leaks e o Luanda Leaks, justifica amplamente que as autoridades portuguesas, tal como já o fizeram as autoridades de outros países, reconheçam a importância da informação por si trazida a público e procurem a colaboração de Rui Pinto."

Este reconhecimento mostra "que Portugal está verdadeiramente empenhado em combater a corrupção, o branqueamento de capitais e outros ilícitos criminais”, lê-se no documento.

A 17 de janeiro, o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu levar a julgamento Rui Pinto por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, mas deixou cair 57 dos 147 crimes pelos quais o arguido havia sido acusado pelo Ministério Público (MP), aguardando-se a marcação da data para início do julgamento.

Cerca de duas semanas depois, a 4 de fevereiro, o Tribunal da Relação de Lisboa negou provimento à defesa do criador do Football Leaks e manteve Rui Pinto em prisão preventiva.

“A prisão de Rui Pinto é tanto mais chocante porquanto contrasta com a liberdade e impunidade de quem pratica crimes com a gravidade dos denunciados pelo mesmo. Rui Pinto deverá, naturalmente, responder pelos crimes que tenha cometido, mas os signatários entendem dever manifestar publicamente a sua discordância com a sua prolongada prisão preventiva, instando as autoridades judiciárias portuguesas a pôr termo a tal situação”, sublinha o manifesto.

Em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, Rui Pinto, de 30 anos, foi detido na Hungria em 16 de janeiro de 2019 e entregue às autoridades portuguesas, com base num mandado de detenção europeu, que apenas abrangia os acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e da empresa Doyen, mas que depois viria a ser alargado a pedido das autoridades portuguesas.

“A aplicação da prisão preventiva – com períodos de isolamento absoluto – a um cidadão português, quatro anos depois da alegada prática de um crime de extorsão na forma tentada, é inédita em Portugal e não pode deixar de ser vista como uma punição antecipada de Rui Pinto enquanto aguarda julgamento”, refere ainda o abaixo assinado enviado pela ex-eurodeputada Ana Gomes, que também assina o documento.

Em setembro de 2019, o Ministério Público (MP) acusou o jovem gaiense de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, da Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol e da Procuradoria-Geral da República, e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.

Comentários
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  • Gonçalo Costa
    07 mar, 2020 Sintra 06:06
    Libertar o Rui pinto para que preso?? e pa não abrir a boca para os portugueses não souberem dos podres dos politicos justiça etc..??? a Justiça so ha pos pobres metem logo dentro da prisão e pós ricos e outro tipo justiça andarem a solta e continuarem fazerem vidas de luxos e andam roubar aos milhoes não é 200 e nao 500€ é milhoes de euros e nunca acontece nada....
  • João Lopes
    05 mar, 2020 18:14
    Deveria fazer-se justiça a Rui Pinto e procurar que ele ajude a encontrar todos aqueles que têm vivido à custa dos outros indevidamente. Talvez haja gente "rica" que quer vê-lo preso e calado durante muitos anos! Agostinho de Hipona (354-430) escreveu: «Um Estado que não se regesse segundo a justiça, reduzir-se-ia a um grande bando de ladrões».
  • Observador
    05 mar, 2020 Portugal 15:09
    O melhor que há a fazer, é a Justiça deixar de andar a pisar ovos e julgá-lo em tempo útil. Em tempo útil, não nas calendas ...
  • 05 mar, 2020 14:32
    Se a INTERVENÇÃO " OPERAÇÃO " fora de jogo foi despoletada pela denúncia de Rui Pinto e deu no que deu, LIBERTEM o Cidadão. Depois CASTIGUEM quem tiver de ser castigado. Já agora aproveito e digo, só estou aborrecido por não me terem CONSTITUÍDO ARGUIDO em 1996, na altura do ALEGADO SISTEMA. Podem crer que MUITOS hoje não diziam o que dizem. Mais uma vêz, LIBERTEM o Cidadão.
  • Petervlg
    05 mar, 2020 Trofa 14:15
    este fulano revelava informação pessoal a troco de dinheiro, no meu entender isso é crime, tem que estar preso.

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