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Covid-19

Coronavírus. Irão fecha escolas e liberta presos após confirmar mais de 3.500 infeções

05 mar, 2020 - 14:52 • Redação

A rápida expansão do Covid-19 levou o Governo a anunciar a introdução de medidas "drásticas" para prevenir o contágio. Para além da Itália, o Irão é um dos países com maior taxa de infeção e mortalidade pelo novo coronavírus fora da China continental.

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As autoridades iranianas atualizaram esta quinta-feira o número de infetados pelo novo coronavírus no país. O número de casos passou dos 95 registados no final de fevereiro para mais de 3.500, com o número de mortos a subir para os 107.

A rápida expansão do Covid-19 levou o Governo a anunciar a introdução de medidas "drásticas" para prevenir a propagação do vírus. As providências foram anunciadas pelo ministro iraniano da Saúde, Saeed Namaki, numa transmissão televisiva.

A par de limitar as viagens entre o país e as principais cidades do globo e de encerrar todas as escolas e universidades do país até 20 de março, o Governo pediu também que os cidadãos parem de usar dinheiro físico e se mantenham nos seus veículos enquanto estes são abastecidos por funcionários, numa tentativa de evitar mais contágios.

O ministro anunciou ainda que as escolas e universidades locais vão permanecer encerradas até ao "Nowruz", o novo ano persa, celebrado a 20 de março.

A libertação de presos como solução

O Governo iraniano anunciou também a libertação de cerca de 54 mil pessoas das prisões nacionais. A medida pretende travar a propagação do vírus nas prisões, na sua maioria a operar em capacidade máxima.

Os encarcerados que testem negativo para o novo coronavírus poderão pagar fiança e sair em liberdade. Um porta-voz da polícia, Gholamhossein Esmaili, garante, no entanto, que os "prisioneiros de alta segurança", que tenham uma sentença superior a cinco anos, não são abrangidos por esta medida.

Sistema de saúde em alvoroço

Depois da restrição de visitas e viagens, as autoridades do Irão revelaram que todos os que tentem deixar as cidades locais serão colocados em quarentena caso apresentem sintomas associados ao Covid-19. Para tal, equipas médicas vão começar a medir a temperatura a todos os que tentem sair do país.

Segundo o presidente da Universidade de Ciências Médicas da cidade de Qom, Dean Ali Abraz, a instituição vai criar um hospital de campanha preparado para travar a propagação do novo coronavírus.

Num país em que cerca de 23 membros do Governo testaram positivo para o Covid-19, mais de 300 mil profissionais de saúde vão ser destacados para reforçar o sistema de saúde nacional.

Em declarações ao canal de televisão norte-americano "CNN", vários médicos iranianos dizem estar preocupados com a falta de serviços hospitalares aptos para responder ao elevado número de infeções. Outra das dificuldades está no repentino aumento do preço de medicamentos e equipamentos médicos devido às sanções impostas pela comunidade internacional ao país por causa do seu programa de enriquecimento de urânio.

A par de Itália, o Irão é um dos países com maior taxa de infeção e mortalidade pelo novo coronavírus fora a China continental. Até ao momento, o vírus já infetou mais de 95.000 pessoas em todo o mundo (das quais mais de 48 mil já recuperaram) e matou cerca de 3.200.

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