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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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​P´ra pior já basta assim

04 mar, 2020 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Num Sporting que parece à deriva, surge agora um novo treinador em circunstâncias que não deixam de constituir um caso de estudo. Não se pode ignorar tratar-se do sexto treinador na vigência do presidente Frederico Varandas.

Depois de ter estado sem vencer desde meados de Janeiro, o Famalicão estava mesmo à espera de defrontar o Sporting para assim poder regressar às vitórias.

E foi o que aconteceu. Em mais uma exibição sem nível e com muito pouco aproveitável, os leões averbaram a oitava derrota neste campeonato mantendo o quarto lugar na tabela mas, a partir de agora, separados do Sporting de Braga por quatro pontos.

Perante esta situação as coisas tenderão a degradar-se ainda mais num clube que parece ter perdido o rumo, navegando à deriva, sem um comando visível, capaz de inculcar na tripulação o ânimo suficiente para deste modo poder chegar com tranquilidade ao ponto de chegada.

Ontem à noite, após o desaire de Famalicão tivemos mais um triste episódio da peça que os responsáveis leoninos protagonizam há muito tempo. Jorge Silas, o treinador que se retirou do comando da equipa por sua própria iniciativa, foi ele próprio a anunciar essa saída e, pior, a dar conta de que o seu substituto passará a ser Rúben Amorim a partir desta quarta-feira, sem que nenhum dirigente tenha vindo a público comunicar estas decisões.

Num clube que parece à deriva, surge agora um novo treinador em circunstâncias que não deixam de constituir um caso de estudo. No entanto, sem aprofundar demasiado, não se pode ignorar tratar-se do sexto treinador na vigência do presidente Frederico Varandas, facto que tem um significado relevante.

A intenção é, seguramente, a de tornar a equipa mais competitiva e capaz de produzir maior rentabilidade. No entanto, perante a falta de qualidade da maioria dos seus jogadores, é muito difícil que Rúben Amorim consiga os milagres que os seus novos patrões pretendem.

E, por último, mais um xeque-mate aos responsáveis nacionais: por quanto tempo mais vai continuar a ser possível, em Portugal, os treinadores “passearem-se” de uns clubes para outros dentro da mesma época competitiva?

Será que sabem que aqui ao lado, por exemplo, um treinador que deixe um clube numa temporada, só pode voltar a trabalhar na época seguinte?

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  • Juíz Vermelho
    04 mar, 2020 Catedral da Luz 20:02
    Não são só jogadores - João Félix, Renato Sanches, etc - que se deixam deslumbrar por um êxito momentâneo e começam a pensarem "serem os melhores" e para quem "não há Pai". Ruben Amorim, uma estrela em ascensão, resolveu largar o clube onde até estava a ser feliz, para ir para o maior cemitério de Treinadores de que há memória. Aguardemos pelo que vai seguir-se.