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ONU acusa Eritreia de violar direitos de cristãos

04 mar, 2020 - 16:02 • Filipe d'Avillez

O Estado africano tem um regime autoritário e procura controlar firmemente as atividades das igrejas cuja existência permite oficialmente.

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Um relatório das Nações Unidas acusa a Eritreia de violação dos direitos humanos, em particular de alguns grupos de cidadãos, entre os quais se incluem cristãos de denominações não reconhecidas oficialmente pelo Governo.

O país, conhecido como a Coreia do Norte africana pelo seu regime autoritário, é acusado ainda de interferir na liberdade da Igreja Católica local, cuja existência é tolerada mas que o Governo tenta controlar.

Segundo a relatora especial Daniela Kravets, a Eritreia não registou qualquer progresso em relação à situação do ano anterior, expressa num relatório publicado em julho de 2019.

“Não houve uma melhoria real na situação dos direitos humanos, e a prova é que os eritreus continuam a fugir do país em grande número”, afirmou a relatora aquando da apresentação do mais recente relatório, no passado dia 26 de fevereiro.

“O ano passado foi particularmente duro para as denominações cristãs não reconhecidas”, afirmo Kravets, recordando as prisões de quase três centenas de fiéis em várias ocasiões, especialmente entre maio e agosto, em Asmara e Keren.

Em alguns desses episódios “mulheres e crianças estavam a rezar” e muitos “permanecem presos”, acrescentou, em declarações reproduzidas pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

Um sinal concreto que as autoridades podem dar no sentido do progresso dos direitos humanos na Eritreia, advoga esta responsável das Nações Unidas, “é libertar os detidos” e permitir que “as pessoas pratiquem a sua fé livremente”.

Daniela Kravets fez ainda referência ao facto de algumas valências operadas pela Igreja Católica na Eritreia, e outras organizações religiosas, terem sido confiscadas pelo Governo.

Em setembro, “as autoridades fecharam e confiscaram três escolas secundárias administradas pela Igreja Católica e cinco escolas administradas por congregações protestantes e muçulmanas”, tendo acrescentado que já em relatório anterior tinha anunciado que as autoridades da Eritreia haviam apreendido “todos os estabelecimentos de saúde administrados pela Igreja Católica” no país.

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