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Direção-Geral da Saúde

Coronavírus. Portugal com 59 casos suspeitos, maioria com resultados negativos

28 fev, 2020 - 20:35 • Redação com Lusa

Pessoas infetadas com o novo coronavírus devem abster-se de participar em eventos públicos e de massas, assim como quem tenha viajado para áreas particularmente afetadas ou mantido contacto com doentes, recomenda a Direção-Geral da Saúde.

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Portugal teve, até à data, 59 casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus (Covid-19), dos quais 57 deram negativo e os restantes dois aguardam resultados laboratoriais, divulgou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS). Os dados constam no boletim epidemiológico diário do Covid-19, segundo o qual Portugal não registava, às 18h00, nenhum caso de infeção.

Nas últimas 24 horas foram reportados sete novos casos suspeitos, menos 20 face ao número de novos casos suspeitos divulgado na quinta-feira. O boletim apenas menciona os casos registados no país. Há dois casos conhecidos de portugueses infetados pelo novo coronavírus que estão hospitalizados no Japão.

A DGS mantém moderado a elevado o risco para a saúde pública em Portugal e reitera que, "tendo em conta a situação epidemiológica mundial, é necessário considerar a hipótese da importação de casos de doença de cidadãos provenientes da China ou de outras áreas com transmissão comunitária ativa", nomeadamente de Itália, Irão, Singapura, Japão e Coreia do Sul.

O boletim epidemiológico nacional sobre o novo coronavírus é divulgado pela DGS desde quarta-feira.

DGS emite recomendações para eventos de massas

As pessoas infetadas com o novo coronavírus devem abster-se de participar em eventos públicos e de massas, assim como quem tenha viajado para áreas particularmente afetadas ou tenha tido contacto com doentes, recomenda a Direção-Geral da Saúde (DGS). A recomendação, divulgada hoje, pretende alertar as pessoas que participem ou organizem eventos deste tipo, como concertos, conferências, eventos desportivos, entre outros, para os procedimentos a adotar, tendo em conta o potencial de disseminação de doenças infecciosas.

“A Direção-Geral da Saúde informa que à data, e seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde, não existem restrições de viagens, comércio ou produtos e, portanto, a decisão de participar ou não em eventos públicos e eventos de massas pertence a cada cidadão”, lê-se na recomendação.

A DGS pede uma avaliação de risco antes de se decidir organizar, alterar, adiar ou cancelar um evento de junte um grande número de pessoas ao mesmo tempo no mesmo lugar, tendo em conta as recomendações mais recentes das autoridades nacionais e internacionais, o risco de exposição à doença dos participantes e que medidas podem ser adotadas para reduzir o risco de propagação.

Entre as recomendações estão a ampla divulgação a participantes e trabalhadores desses eventos para que não compareçam se estiverem doentes ou tenham estado em contacto com doentes e a elaboração de um plano de contingência, o qual deverá garantir o encaminhamento de casos suspeitos para de Covid-19 para os serviços de saúde.

Ao nível das estruturas, a DGS recomenda que se garantam boas práticas de higiene, disponibilizando água e sabão e/ou uma solução à base de álcool, toalhetes e lenços de papel, assim como contentores de recolha de resíduos colocados em lugares estratégicos. Para os participantes as recomendações são uma boa higienização das mãos e etiqueta respiratória, sobretudo importante para as pessoas com uma saúde fragilizada.

A DGS recorda que o uso generalizado de máscaras não tem fundamentação científica.

“As máscaras não são recomendadas para a maioria das pessoas, pois há evidência limitada de que impeçam a propagação da doença. A boa etiqueta respiratória e a higienização das mãos terão um impacto maior”, lê-se nas recomendações.

Devem, no entanto, ser disponibilizadas a qualquer caso suspeito que surja nesses eventos. Os doentes devem ser isolados e deve ser feito um contacto com a linha de saúde SNS24, seguir as recomendações e aguardar.

A epidemia de Covid-19, que teve origem na China, em dezembro de 2019, já infetou 83.694 pessoas em 53 países de cinco continentes, das quais morreram 2.861, de acordo com informação divulgada às 16:00 de hoje pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A China continua a ser o país mais afetado, com 2.791 mortos e 78.959 infetados, segundo a mesma informação. Na Europa, Itália é o país mais atingido pelo surto, com 17 mortos e 605 infetados.

A OMS aumentou hoje para muito elevado o nível de ameaça causado pelo novo coronavírus, família de vírus que pode causar infeções respiratórias como pneumonia. A epidemia de Covid-19 foi declarada pela OMS como emergência de saúde pública internacional.

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