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Coronavírus. Escola de Gaia com seis alunos, restantes ficaram em casa por medo de contágio

28 fev, 2020 - 13:33 • Redação com Lusa

Pais decidiram que os filhos não iam às aulas devido à presença de uma criança que recentemente esteve em Milão. Presidente da Câmara de Gaia diz à Renascença que não há suspeitas de que tenha coronavírus e que se gerou o pânico entre os pais: "se veio de Itália tem um problema".

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Os pais dos alunos da EB1 de Lagos, em Vila Nova de Gaia protestaram, esta sexta-feira, junto ao estabelecimento de ensino por temerem o contágio dos seus filhos pelo Covid-19, devido à presença de uma criança que recentemente esteve em Milão.

Segundo fonte da autarquia, a escola não foi encerrada, mas apenas seis de um total de 90 alunos se encontram nas aulas.

Entre os seis alunos que ficaram nas aulas, de acordo com a mesma fonte, não se encontra a criança que esteve em Milão, que optou por ficar em casa.

Em declarações à Renascença, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia afirma que a criança em questão ficou em casa apenas por precaução.

“Não há nenhum indício de que a criança tenha vírus. Há a coincidência de a miúda ter estado em Itália e ter gerado um pânico, ‘se veio de Itália tem um problema’”, conta Vítor Rodrigues.

“Não há obrigatoriedade de quarentena, houve apenas uma viagem”, afirma o autarca, apelando à tranquilidade.

Vítor Rodrigues diz que o município está a fazer um “trabalho de retaguarda para ter respostas para aquilo que possa vir a tornar-se um problema.” Mas garante: neste momento o problema não existe.

O delegado da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares deu orientações para que a escola se mantivesse em funcionamento, pelo que, com a ajuda da Escola Segura da PSP, a escola não encerrou, acrescentou a fonte.

Pais defendem que a criança fique de quarentena

Em declarações hoje ao Porto Canal, a encarregada de educação Graciete Alvarenga defendeu que deveriam ser criadas pelas autoridades condições para que a criança ficasse em casa de quarentena.

“Se não forem tomadas medidas, levamos os filhos para casa porque não acho seguro deixar as crianças aqui”, disse, lembrando que a aluna esteve nos últimos dias no país europeu onde se têm verificado mais casos de infetados pelo Covid-19 e que, por isso, deveria ser tomada “uma atitude preventiva, permitir que as pessoas que vêm de fora tenham direito a baixas o tempo necessário de forma a evitar epidemias".

A Lusa contactou o Agrupamento de Escolas de Valadares, de que faz parte a EB1 de Lagos, da freguesia de Vilar do Paraíso, que não quis prestar declarações, referindo apenas que estão a ser seguidas todas as orientações.

Na sua página na Internet, o agrupamento escolar publicou um esclarecimento a toda a comunidade educativa referindo que, “relativamente a eventuais casos de doença contagiosa, nomeadamente Covid-19, estão a ser seguidas todas as orientações emanadas da Direção-Geral da Saúde e da linha Saúde 24, como é habitual”.

O Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.788 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão, um dos quais com confirmação de infeção e o outro por indícios relacionados com o novo coronavírus.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 52 casos suspeitos de infeção, 16 dos quais ainda estavam em estudo na quinta-feira.

Os restantes 36 casos suspeitos não se confirmaram, após testes negativos.

Segundo a DGS, o risco para a saúde pública em Portugal mantém-se “moderado a elevado”.


Notícia atualizada às 14:05, com as declarações do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia à Renascença

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