26 fev, 2020 • José Pedro Frazão
A cimeira que juntou os líderes da União Europeia falhou e Paulo Rangel vê nesta dificuldade em chegar a acordo “a primeira consequência altamente negativa do Brexit”.
E explica: “Os 27 tiveram uma solidariedade que ninguém esperava que tivessem na negociação do Brexit. Mas agora que têm a primeira consequência, que é justamente a diminuição da contribuição do Reino Unido, não são capazes de preparar um sistema que possa resistir no futuro. Isto é, de cada vez que tivermos que fazer um novo orçamento, teremos que voltar a discutir e fazer esta refrega. Esta incapacidade de ver para lá desta conjuntura deixa-me bastante inquieto a propósito do futuro da União Europeia”.
Por sua vez, Francisco Assis tem esperança que, “mais cedo ou mais tarde”, vá ser encontrado um entendimento sobre um acordo financeiro para os próximos anos. “O que se está a passar é sinal da situação de profunda crise estrutural que atravessa neste momento a União Europeia”, lembra, reforçando que é “inadmissível que tenhamos chegado a uma situação desta natureza”.
Uma situação que não é, contudo, uma surpresa. “Sabíamos que nos íamos confrontar com uma perda de receitas orçamentais, resultante da saída do Reino Unido, e uma necessidade de atender a novas despesas decorrentes da circunstância de a União Europeia ter que enfrentar novos problemas ambientais, de defesa e da inovação e modernização tecnológica”, explica.
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