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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​Uma economia favorável a Trump

20 fev, 2020 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A economia americana continua a atravessar o mais longo ciclo de crescimento da sua história. E os salários baixos estão a subir. Mas as desigualdades de rendimentos poderão intensificar-se.

A economia dos EUA está a crescer há 128 meses seguidos – e não se sabe se e quando o crescimento irá parar. É o mais longo ciclo de expansão na história desta economia, o que certamente beneficiará Trump na sua tentativa de ser reeleito em novembro. Também favorável a Trump é a recente tendência para os salários mais baixos subirem a ritmo superior à subida dos vencimentos dos melhor pagos.

O baixo nível do desemprego explica boa parte da aceleração recente na melhoria dos salários baixos, uma vez que os patrões têm agora que pagar mais para contratarem novos trabalhadores. E o poder de compra dos americanos não foi prejudicado por altos níveis de inflação, ao contrário do que tantas vezes aconteceu no passado.

Curiosamente, esta subida dos salários baixos atenua o facto de a reforma dos impostos promovida por Trump ter beneficiado sobretudo os ricos (apesar da propaganda que classificava o Presidente de grande amigo dos que ficaram para trás no progresso tecnológico e económico). Mas as desigualdades de rendimentos não desapareceram e até poderão intensificar-se a partir do próximo ano, concentrando-se cada vez mais a riqueza em 1% dos mais ricos, segundo previsões do organismo orçamental do Congresso de Washington.

Aliás, calcula-se que o consumo - que tem sido o principal motor da economia americana – poderia ter crescido 5% mais entre 1979 e 2007 nos EUA, caso as desigualdades tivessem sido menores. É que, quando sobem os salários baixos, uma grande parte dos ganhos levará a consumo acrescido, pois se trata de necessidades básicas; já a subida dos rendimentos dos que são ricos, ou perto disso, não conduzirá a aumentos significativos no consumo – uma vez que eles já possuem quase tudo do que precisam para a sua vida diária.

Por outras palavras, o agravamento das desigualdades de rendimentos trava o crescimento económico. Aí está mais uma razão para tentar atenuar essas desigualdades, que afetam a coesão social e são, muitas vezes, moralmente inaceitáveis.

Comentários
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  • Georgina Monteiro
    27 fev, 2020 Francoforte no Meno 06:00
    Eu, que sou economista e gestora, pergunte-me realmente onde é que o autor do artigo (Uma economia favorável a Trump) vive. Um artigo superficial, cheio de mentiras, sem factos, só mentiras. O autor sabe mais da matéria, do que Trump? E a alternativa a Trump? A desgraçada Clinton, que nada sabe da matéria, teria feito melhor? Não!! Impossível. Não é a economia que é favorável a Trump, mas foi Trump que a moldou. Mais uma nota, para os que fazem a RR. Afastem-se do socialismo. Os valores cristãos não são compativeis com o esterco socialista, que nega a existência de DEUS. A vossa obrigação é defender os valores cristãos e só esses. O socialismo é veneno, em todo o lado, que mais tarde leva ao comunismo, o pior fascismo que existe. Eu vejo com tristeza, que há muita malta a trabalhar para a RR que quer trair os valores cristãos. Ponham esses na rua, imediatamente. É uma vergonha, um acto altamente estúpido, misturar socialismo, o pior inimigo dos valores cristãos, com a fé cristã. O ideologia cristã não é nenhuma religião. O socialismos sim, é uma religião. Acordem!!