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TAP regista prejuízos de 105,6 milhões de euros em 2019

20 fev, 2020 - 08:46 • Redação com Lusa

Comissão de Trabalhadores está contra a atribuição de prémios e o ministro das Infraestruturas classifica de "inaceitável" esta situação.

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O Grupo TAP registou prejuízos de 105,6 milhões de euros no ano passado. Em comunicado, a companhia aérea justifica este resultado com o investimento de mais de mil milhões de euros na renovação da frota.

Ainda assim, a empresa sublinha que houve uma melhoria de mais de 12 milhões de euros face a 2018.

De acordo com o comunicado da TAP SGPS, que engloba todas as empresas do grupo, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), “o processo que envolve a gestão da entrada das 30 aeronaves e a saída de 18 antigas teve um impacto negativo financeiro de 55 milhões de euros no resultado do ano”.

É ainda referido que a empresa em 2019 “foi penalizada entre 30 milhões de euros a 35 milhões de euros em resultado da ineficácia da infraestrutura”, referindo-se à “falta de investimento na capacidade do aeroporto de Lisboa” e ao “congestionamento do espaço aéreo”.

Apesar disso, o índice de pontualidade aumentou seis pontos percentuais e a regularidade de operação situou-se nos 99,2%, uma melhoria face aos 98,2% de 2018. Devido à pontualidade e regularidade da operação foram cancelados "cerca de menos 1.400".

A Comissão de Trabalhadores da TAP disse estar contra a atribuição de prémios num ano em que se prevê uma situação económico-financeira “muito deficitária”, garantindo que vai questionar o Estado sobre esta política.

“A CT não é contra os trabalhadores terem prémios, mas achamos que esses prémios não devem ser atribuídos num ano em que a TAP tem um resultado muito deficitário”, notou a coordenadora deste órgão, em declarações à Lusa.

Cristina Carrilho lamentou ainda que os prémios apenas sejam atribuídos à administração e às direções, quando são os trabalhadores que ajudam estes órgãos a cumprir os seus objetivos, acrescentando que, mais do que prémios, o ideal seria que a empresa optasse por atribuir aumentos salariais.

Por sua vez, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, considerou quarta-feira, numa audição parlamentar, ser “inaceitável” e uma “falta de respeito para com a esmagadora maioria dos trabalhadores” a atribuição de prémios quando se registam prejuízos.

Porém, o governante ressalvou que, apesar do Estado ter a maioria no Conselho de Administração, a gestão é totalmente privada e a atribuição de prémios é uma decisão da gestão.

Em declarações ao jornal online Observador, acionista de referência da TAP, David Neeleman, disse, recentemente, que os prémios vão continuar a ser pagos, apesar dos prejuízos registados.

Comentários
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  • Petervlg
    20 fev, 2020 Trofa 13:01
    Pediram a reversão da privatização e agora não se vê o BE e o PCP a dizer nada!, pois o estado lá terá de entrar com dinheiro dos contribuintes

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